A principal e última chuva de meteoros do ano, que começou no início de dezembro e vai ter seu pico nesta quinta-feira (14) e sexta (15), pode ser observada em todo o país. O fenômeno poderá ser visto a olho nu dependendo das condições climáticas do local e, em Mato Grosso, será visível no leste do estado, na divisa com Goiás, segundo o instituto Climatempo.
Adellane Araújo Sousa, professor titular de Física da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Araguaia, explicou que a chuva vai ser visível a partir da noite de quarta para a madrugada de quinta, e na noite de quinta.
"É mais visível no hemisfério norte e norte e nordeste do Brasil. Contudo, pode ser que seja visto em uma noite bem escura, na lua nova a olho nu mesmo", disse.
Ainda segundo o professor, todo ano a Terra cruza a órbita de detritos deixados por um asteroide que é a origem dos meteoros dessa noite. A chuva parece vir da constelação de gêmeos por isso é chamada "Geminídeas"
Nesse fenômeno, os meteoros entram velozes na atmosfera da Terra, rasgando o céu a uma velocidade de 260 mil km/h e aparecendo para nós como uma chuva de estrelas cadentes. É uma das chuvas com maior taxa de meteoros por hora.
A Geminídas acontece uma vez por ano na Terra, sempre por volta de meados de dezembro. Isso porque é neste mês que normalmente nosso planeta, em sua trajetória ao redor do Sol, está cruzando a órbita do asteroide 3200 Phaeton, onde há milhares de pequenas rochas e destroços do asteroide no espaço.
Ao cruzar essa região, os detritos do asteroide entram na atmosfera da Terra. Se o céu estiver limpo, é possível ver até 120 'estrelas cadentes' por hora no céu, no momento de pico do fenômeno.
"Basta olhar na direção da constelação de Gêmeos. Nessa época do ano essa constelação é visível na direção nordeste a partir das 22h30 ou 23h, dependendo das condições do céu e do ponto de observação", explicou Roberto Costa, professor do Departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP).
O auge das Geminídas acontece todos os anos no mês de dezembro — Foto: AFP
Os especialistas frisam que há aplicativos nos quais é possível apontar o celular em direção ao céu e descobrir a direção da constelação de Gêmeos ou da chuva de meteoros em si.
Um meteoro é a "trilha brilhante" deixada por uma rocha espacial que entra em combustão e vaporiza após atingir a atmosfera da Terra, segundo o especialista da Nasa Bill Cooke.
Diariamente, a Terra é atingida por diversos objetos vindos do espaço — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Os objetos em si são os meteoroides, ou seja, pedaços de rocha ou gelo que se separaram de um asteroide ou cometa.
Quando eles sobrevivem à viagem pela atmosfera terrestre e atingem o chão, ficam conhecidos como meteoritos.
Já os asteroides são grandes pedaços de rocha que flutuam no espaço e orbitam ao redor do Sol. Os cometas também são objetos que orbitam o Sol, mas são feitos de gelo e poeira, não rochas.
Fonte: Portal G1