Após ter um dos pilares atingidos por um caminhão, na noite dessa segunda-feira (1), o Edifício Apuã, no bairro Jardim Tropical em Cuiabá, foi interditado nesta terça-feira (2) pela Defesa Civil. Ao todo, cerca de 90 pessoas devem deixar o local sem usar o elevador.
Conforme engenheiros do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso), a estrutura do edifício deve ser refeita porque o abalo atingiu o pilar e as vigas. Entre as medidas adotadas está a desocupação total.
"Os moradores foram orientados a retirar os pertences e farão isso em grupos sem utilizar o elevador. A caixa d"água do prédio também foi esvaziada. Outra ação imediata providenciada foram as escoras de contenção para o pilar danificado. ( ) O prédio ficará inabitável até que seja refeita a coluna danificada. Mediante o serviço executado, uma nova avaliação dos engenheiros será realizada", diz trecho da nota enviada pela Defesa Civil.
O motorista não estava na direção, e teria parado o veículo sem acionar o freio de mão. Ele não teve a identidade divulgada pela polícia.
Impacto na vida dos moradores
O prédio tem sete andares e comporta quatro apartamentos por andar. Os moradores deixaram o local ainda na noite de segunda-feira, seguindo orientação do Corpo de Bombeiros.
O pecuarista Luiz Carlos Vasconscelos contou como foi o momento após o caminhão atingir o prédio. "Foi uma correria pra sair. Não deu tempo de pegar muita coisa, mas depois conseguimos tirar os pertences. Na realidade, a gente vai ter que alugar outro apartamento porque isso aí (os reparos) devem durar uns 60 dias. Foi cansativo e conseguimos tirar só o básico".
O caminhão sem freio arrebentou o portão da garagem e bateu no pilar do prédio. Antes da colisão, dois carros passavam pela rua e quase foram atingidos.
O estudante Arthur dos Santos Feitosa é outro morador e contou à reportagem que escutou o estrondo menos de um minuto após sair do prédio. "Só fiz a volta, cheguei aqui e encontrei a situação. Um susto, um livramento também, né? Um susto demais para meu pai também, que ficou apavorado dentro de casa", disse.
O morador disse que deu tempo de subir no apartamento para pegar o cachorro da família e algumas peças de roupa. "É provavelmente uma negligência, né? Como é que fica para os moradores? É uma insegurança, algo que ninguém imaginaria", completou.
O trabalho está sendo feito com o acompanhamento do síndico do prédio, Max Vetorello, que contratou um engenheiro especialista para efetuar os devidos reparos, estabilidade e recuperação da estrutura. "Foi muito grande o susto ( ) é complicado, porque tem gente que não sabe onde vai morar e eu sou um. Até agora ninguém da empresa nos procurou", afirma.
"Eu acho o seguinte, se você está fazendo seu trabalho, faça com esmero e com muita atenção para não criar problemas para outras pessoas. E isso que aconteceu aqui foi descuido, total descuido que atingiu 28 famílias", finaliza Max Vetorello.
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