Wanderson Damião Silva de Jesus, de 33 anos, foi condenado a 27 anos de prisão em regime fechado, após confessar agredir, matar e ocultar o corpo de um usuário de drogas, em Cuiabá. O crime aconteceu em 2020, mas a ossada da vítima só foi encontrada em 2022.
Segundo a Polícia Civil, o acusado foi condenado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e integração de organização criminosa. A decisão foi do juiz Pierro de Faria Mendes, que negou o pedido da defesa para que o réu respondesse ao processo em liberdade.
A vítima era conhecida apenas pelo apelido de "paulista" e era um usuário de drogas da região. O acusado possui passagens criminais por roubo e confessou ter um comparsa no crime, mas que já teria falecido vítima de homicídio.
Na época do crime, o acusado informou ao delegado responsável pelo caso, Caio Fernando, que retornou ao local onde o corpo foi desovado, cerca de 30 dias depois, mas como a área tinha sofrido uma queimada, jogaram os ossos em uma região de mata para dificultar as buscas policiais.
"Ele confessou, em detalhes, tanto o homicídio quanto a ocultação de cadáver, delatou o comparsa e foi muito claro sobre a motivação ao dizer que o crime foi cometido pelo fato da vítima supostamente ser de outra facção", explicou.
Entenda o caso
Em junho de 2022, a equipe da DHPP encontrou uma ossada humana, na região da ponte de ferro no distrito do Coxipó do Ouro, em Cuiabá. Foram encontrados os ossos da bacia, costelas, fêmur e maxilar.
Segundo a Polícia Civil, a região em que os ossos da vítima foram encontrados é conhecida como local de homicídios ou desova de cadáveres.
Na época, Wanderson foi preso em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver e integração de organização criminosa. O flagrante foi convertido em prisão preventiva. Ele detalhou para as equipes que o homicídio ocorreu em janeiro de 2020, em uma casa que alugava junto com o comparsa, na região do bairro CPA 3.
Na noite do crime, a vítima chegou à residência para comprar drogas. No local também estava outra pessoa, que comentou que a vítima seria integrante de uma organização criminosa de São Paulo.
O comparsa de Wanderson entrou em contato com presos na Penitenciária Central do Estado, passou a foto da vítima pedindo orientação sobre o que deveria ser feito e recebeu a ordem para executar a vítima. Em seguida, os criminosos amarraram a vítima pelos pés e mãos e a enforcaram. Mesmo depois que a vítima desmaiou, a dupla continuou as agressões. À meia-noite, levaram o corpo ao ponto da desova, no Coxipó do Ouro.
Portal G1