Um nova portaria sobre o tráfego na MT-251, na região do Portão do Inferno, foi publicada nesta quinta-feira (27). No documento, fica proibida, por tempo indeterminado, a passagem de veículos pesados e de carga fora da especificação definida. (veja ilustração abaixo)
Segundo a publicação, entre os dois pontos de pare e siga, veículos com Peso Bruto Total (PBT) de até 3,5 toneladas tem passagem permitida, isso inclui transporte coletivo de passageiros que tenham essa especificação. Já veículos acima desse peso, com reboque ou semirreboque, estão proibidos em qualquer trecho da região.
O trânsito de veículos de transporte coletivo de até 3,5 toneladas podem trafegar entre Cuiabá e o Complexo Turístico da Salgadeira, ou entre Chapada dos Guimarães e a Região do Buriti, no km 52 da rodovia, sem necessidade de emissão de Autorização Especial de Trânsito (AET).
Veículos de carga com até 14 metros de comprimento, quatro eixos e 29 toneladas de PBT podem trafegar pelo mesmo trecho. No entanto, não podem passar pela região do Portão do Inferno.
Ainda conforme o documento, permanece proibido o trânsito de veículos de carga com mais de 14 metros de comprimento, quatro eixos ou 29 toneladas, entre a rotatória do Lago de Manso e a região do Buriti.
Confira ilustração detalhada sobre transporte de cargas:
Ilustração do que pode ser transportado — Foto: Sinfra
Decreto de emergência
No dia 17 deste mês, o Governo de Mato Grosso prorrogou o decreto de situação de emergência no trecho do Portão do Inferno, na MT-251, rodovia que leva para o município de Chapada dos Guimarães. A prorrogação do período tem validade de 180 dias ininterruptos, contados a partir de 11 de junho.
O decreto leva em consideração o relatório técnico de avaliação da área, que aponta riscos de desprendimentos de blocos e escorregamento de material do paredão rochoso do Portão do Inferno, realizado pela Secretaria Adjunta de Proteção e Defesa Civil.
O trecho da rodovia caracterizado em situação de emergência vai do km 42 ao km 48.
O que será feito?
Em março deste ano, o governo propôs o retaludamento do morro do Portão do Inferno, que consiste na retirada do maciço rochoso da curva do paredão e a criação de taludes — uma série de cortes que funcionam como degraus para impedir os deslizamentos de terra.
Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), já foi feita uma licitação emergencial para execução da obra, orçada em R$ 29,5 milhões. O contrato já foi assinado, assim como a ordem de serviço, que prevê o início dos trabalhos em até cinco dias após o governo receber autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Ibama.
Risco de desmoronamento
Em 2023, a região foi palco de diversos episódios de desmoronamentos de blocos. Essas movimentações ocorrem há anos, no entanto, as ocorrências se intensificaram desde o começo do período chuvoso, em novembro do ano passado. Desde então, o local permanece com o tráfego de veículos prejudicado.
Segundo o professor de geologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Caiubi Kuhn, o desprendimento ocorre porque as rochas que estão caindo na pista foram formadas há milhões de anos, quando o município era um grande deserto.
Relatório
Em novembro de 2023, um relatório divulgado e feito por uma empresa de consultoria especializada apontou rachaduras e quedas de rochas recentes na MT-251.
O relatório identificou 10 locais com riscos de acidente geotécnico e constou risco de deslizamento desde 2021. Três pontos são considerados de criticidade elevada. O documento cita que as rochas apresentam folhelhos alternados com arenitos e que o sistema é muito drenante, fazendo com que a água se infiltre.
Portal G1