Quatorze pessoas foram denunciadas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), nessa segunda-feira (15), por suspeita de envolvimento com uma organização criminosa na realização de shows em casas noturnas, em Cuiabá.
A denúncia é resultado da Operação Ragnatela, que identificou que os criminosos participavam da gestão das casas noturnas e, com isso, passaram a realizar shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção em conjunto com um grupo de promotores de eventos da cidade.
Veja abaixo a lista de denunciados e o que a investigação aponta:
- Ana Cristina Brauna Freitas: responsável por organizar e promover shows financiados pelos denunciados
- Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares: responsável pela rentabilidade dos lucros obtidos com os shows e venda de entorpecentes
- Clawilson Almeida Lacava: não teve função identificada
- Elzyo Jardel Xavier Pires: responsável por organização de eventos e corrupção de agentes públicos
- Joanilson de Lima Oliveira: integrante da organização criminosa
- Joadir Alves Gonçalves: ocupa cargo de chefia da organização criminosa
- João Lennon Arruda de Souza: proprietário de duas empresas envolvidas
- Kamilla Beretta Bertoni: responsável pela realização de shows em casas noturnas de Cuiabá e responsável financeira sobre os eventos
- Lauriano Silva Gomes da Cruz: ocupa cargo de chefia da organização criminosa
- Matheus Araújo Barbosa: ocupava a função de promoter, vendendo ingressos e camarotes
- Rafael Piaia Pael: responsável pela organização de eventos para lavagem de dinheiro
- Rodrigo de Souza Leal: ocupava a função de promoter e responsável pela realização de eventos
- Willian Aparecido da Costa Pereira: atuava como "testa de ferro" de Joadir
- Wilson Carlos da Costa: responsável pela organização de eventos e promoção dos shows
De acordo com a denúncia, o investigado Rodrigo de Souza Leal atuava como o elo entre a facção e os agentes públicos (vereadores e agentes de fiscalização) que auxiliavam na realização dos eventos.
A denúncia ainda apontou que o grupo possui quatro estabelecimentos comerciais destinados à realização de eventos, sendo eles:
- Dallas Bar Eireli;
- Restaurante e Peixaria Mangueira Ltda;
- Strick Pub Bistro e Restaurante Ltda;
- Espaço de Eventos Complexo Beira Rio;
Agentes públicos
Em junho deste ano, a polícia identificou a participação de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, que agiam sem observância da legislação.
À época, o vereador de Cuiabá Paulo Henrique de Figueiredo e o policial penal Luiz Otávio estavam entre os alvos de busca e apreensão da operação. No entanto, ambos ficaram de fora da denúncia do Ministério Público.
Entenda o caso
Mais de 40 mandados de prisão e busca foram cumpridos durante a Operação Ragnatela, contra suspeitos de integrar a maior facção criminosa de Mato Grosso, responsável por promover shows nacionais e lavar dinheiro em casas noturnas de Cuiabá.
Segundo a Polícia Federal, foram cumpridos oito mandados de prisão e 36 de busca e apreensão, em Mato Grosso e no Rio de Janeiro, além do sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais.
As investigações identificaram que os criminosos participavam da gestão das casas noturnas e, com isso, o grupo passou a realizar shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters.
Portal G1