Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Caso Zampieri

Dois desembargadores são afastados por suspeita de venda de decisões judiciais em MT

As investigações apontaram que os dois mantinham uma amizade com o advogado Roberto Zampieri e recebiam vantagens financeiras para julgarem recursos de acordo com os interesses do advogado.


Os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho foram afastados, nesta quinta-feira (1°), das funções no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT), por suspeita de envolvimento em vendas de decisões judiciais. A determinação é da Corregedoria, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O Corregedor Nacional, ministro Luis Felipe Salomão, também determinou uma investigação sobre reclamações disciplinares contra os dois, além da quebra de sigilos bancários e fiscal dos investigados e de servidores do TJMT, referente aos últimos cinco anos.

Em nota, a Justiça de Mato Grosso disse que recebeu a decisão e afastou cautelarmente os dois desembargadores. O processo tramita em sigilo.



Em um dos casos investigados, o Conselho descobriu que os dois mantinham uma amizade com o advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro do ano passado, e recebiam vantagens financeiras para julgarem recursos de acordo com os interesses do advogado.

A investigação da morte do advogado tramita na 12ª Vara Criminal de Cuiabá e, segundo o Ministério Público de Mato Grosso, pode ter relação com decisões proferidas pela Justiça de Mato Grosso.

Por causa das informações apresentadas pelo MPMT, a Corregedoria Nacional havia determinado, em maio deste ano, o compartilhamento das provas apreendidas pela Polícia Civil, especialmente o conteúdo extraído do celular da vítima e relatórios já produzidos pela Autoridade Policial.



Ainda de acordo com a Corregedoria, além da 'incomum proximidade entre os magistrados com o falecido Roberto Zampieri', as investigações mostram que existe um esquema organizado de venda de decisões judiciais para outros advogados, não somente favoráveis ao Zampieri.

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) informou que protocolizou junto ao CNJ um pedido de acesso ao inteiro teor dos autos para acompanhar as investigações.

A partir de agora, os desembargadores poderão, se quiserem, apresentar defesa prévia à eventual abertura de Processo Administrativo Disciplinar, no prazo de 15 dias.

Caso Zampieri

Roberto Zampieri, de 57 anos, foi assassinado no dia 5 de dezembro de 2023, em Cuiabá — Foto: Reprodução

O advogado Roberto Zampieri foi morto com 10 tiros dentro do próprio carro em frente ao escritório. Ele foi surpreendido por um homem de boné, que disparou pelo vidro do passageiro, e fugiu em seguida. Segundo a Polícia Militar, o advogado saía do escritório que trabalhava quando o crime aconteceu.

O delegado da Polícia Civil, Nilson Farias, disse que o atirador aguardava o advogado na frente do escritório e que a vítima tinha um veículo blindado há mais de 5 anos.

Conforme as investigações, foi verificado que existe uma demanda de duas fazendas em Paranatinga, a 411 km de Cuiabá, avaliadas em cerca de R$ 100 milhões, e que a perda dessas propriedades na Justiça teria levado Aníbal a mandar matar o advogado. Além disso, o mandante desconfiava de uma suposta aproximação de Zampieri com o desembargador do caso.


    Portal G1

    Assine o Portal!

    Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

    Assinar Grátis!

    Assine o Portal!

    Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

    Assinar Grátis!