Dois adolescentes de 17 anos foram apreendidos, nessa quinta-feira (12), suspeitos de participar da morte da cantora conhecida como Santrosa, de 27 anos, em Sinop, a 503 km de Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, os menores confessaram o envolvimento no crime.
Santrosa era suplente de vereador, morava com o pai e era conhecida na cidade por engajar causas do orgulho LGBTQIAPN+. Ela foi encontrada com as mãos e pés amarrados e decapitada, na zona rural do município, no dia 10 de novembro deste ano.
A apreensão dos menores aconteceu durante cumprimento de cinco mandados de prisão e buscas. Somente os dois adolescentes foram encontrados. Três alvos são considerados foragidos, informou a polícia.
Os dois adolescentes contaram que foram até a casa de Santrosa, a renderam enquanto ela tomava banho e começaram a torturá-la. Em seguida, pegaram o telefone da vítima, onde havia diálogos e imagens de drogas e supuseram que as pessoas com quem ela conversou poderiam ter ligações com outra facção. Os adolescentes fizeram contato com o chefe de uma organização criminosa, que ordenou a morte da vítima.
Os suspeitos relataram que roubaram perfumes, dinheiro e entorpecentes da vítima. Depois, a levaram até outra residência, próxima à casa de Santrosa, e lá a mantiveram em cárcere privado. Por volta das 18h do dia 9 de novembro, quando escureceu, levaram a vítima até a mata e a executaram.
Os dois ainda confessaram que fizeram transferência bancária da conta da vítima, fato que foi comprovado nas investigações.
A investigação continua com as análises das provas testemunhais, para posterior conclusão do inquérito policial.
Candidata a vereadora nas eleições municipais de 2024 pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Santrosa recebeu 121 votos válidos e atualmente estava como suplente. Na política, defendia pautas voltadas ao fomento e acesso à cultura para comunidades periféricas do município em que vivia.
Além de cantora e suplente, Santrosa se apresentava nas redes sociais como CEO de uma produtora de artistas e modelos. Ela também já atuou como modelo e, em abril, participou do concurso Miss Mato Grosso 2024, representando a cidade de Sinop.
Os amigos da cantora contaram que a artista tinha uma loja de confecção de roupas e que investia o dinheiro ganho em eventos e shows gratuitos para a comunidade LGBTQIAPN+. A vítima tinha um canal de vídeos no YouTube com 4,1 mil inscritos onde publicava clipes de músicas interpretadas por ela.
Fonte: Portal G1