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Contaminado

Contaminação no Rio Cuiabá: estudo aponta presença de bactérias hospitalares

A pesquisa apontou a presença de bactérias de risco patológico à saúde humana em 100% das amostras coletadas, em cinco pontos do rio


Um estudo realizado pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) revelou que o Rio Cuiabá, no perímetro urbano da capital mato-grossense, apresenta altos níveis de contaminação microbiológica e física, colocando em risco a saúde pública e o ecossistema local.

A pesquisa identificou a presença de bactérias perigosas, como Escherichia coli e Enterobacter aerogenes, esta última comumente associada a infecções hospitalares.

Durante o estudo, "foram encontradas bactérias de risco patológico à saúde humana em 100% das amostras".



Resultados da pesquisa

As amostras foram coletadas em cinco pontos ao longo do perímetro urbano do rio, todos com intensa interferência humana e industrial. As análises apontaram níveis de coliformes termotolerantes acima do permitido pela legislação, o que inviabiliza o uso da água para consumo humano, irrigação e banho.

As coletas de amostra foram realizadas em cinco pontos do perímetro urbano do Rio Cuiabá. (Foto: Imagens CNES/ Dados do mapa Google).

Segundo a Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) 357/2005, o limite máximo aceitável é de 1.000 coliformes por 100 mL, enquanto as análises registraram valores superiores a 1.100 NMP/100 mL em todos os locais.

Além da Escherichia coli, um indicador de contaminação fecal, o estudo encontrou a bactéria Enterobacter aerogenes, preocupante por ser resistente e geralmente encontrada em ambientes hospitalares.

A presença dessas bactérias indica despejos irregulares de esgoto doméstico e industrial diretamente no rio.



Outros problemas encontrados

Além da contaminação microbiológica, as análises físico-químicas mostraram que a turbidez da água está fora dos padrões recomendados. Os valores variaram entre 35 NTU e 49 NTU, muito acima do limite de 5 NTU estabelecido pelo Ministério da Saúde.

A alta turbidez está associada à presença de material orgânico e à erosão causada pela retirada da mata ciliar, o que afeta o desenvolvimento aquático e a produtividade de peixes.

Por outro lado, o pH da água ficou dentro dos limites aceitáveis, variando entre 7,2 e 7,6.

Riscos à saúde

O estudo alerta que a contaminação pode resultar em doenças graves, como gastroenterites, diarreias, cólera e febre tifoide. A situação é agravada pelo fato de que o rio continua sendo utilizado por pescadores e moradores em busca de alimentação e lazer, mesmo estando impróprio para uso.

"Durante as coletas, foi possível observar pessoas pescando e morando em áreas próximas ao rio em condições insalubres. Isso indica um uso direto de água contaminada no cotidiano dessas pessoas, expondo-as a graves riscos de saúde", pontuam os pesquisadores.

O estudo conclui sobre a urgência ações para recuperar a qualidade da água do Rio Cuiabá. A pesquisa sugere maior fiscalização, políticas públicas de saneamento e educação ambiental para a população local. Além disso, o controle de despejos irregulares e a recuperação da mata ciliar para reduzir a poluição e o assoreamento.

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