A juíza Janaína Cristina de Almeida, da Vara Criminal de Diamantino, pronunciou José Edson Douglas Galdino Santos para ser julgado pelo Tribunal do Júri por matar Lorrane Cristina Silva de Lima na presença dos filhos dela, no dia 13 de março deste ano. A magistrada considerou que há indícios suficientes contra José Edson.
O réu é alvo de uma ação penal pública movida pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pelo crime de homicídio com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, na presenta de descendente da vítima, no âmbito de violência doméstica e feminicídio.
A magistrada pontuou que por diversas vezes a defesa de José Edson deixou de apresentar as alegações finais, o que só arrastou o processo.
"Decorrido pela 5ª vez o prazo da Defesa para apresentação dos memoriais escritos em 09/12/2024, este juízo fixou multa ao advogado constituído pelo acusado, bem como determinou a expedição de ofício à OAB/MT para apuração da conduta desidiosa do profissional, com a imediata remessa dos autos à Defensoria Pública para patrocinar os interesses do réu", disse a juíza.
Logo após esta ordem, no dia 11 de dezembro a defesa apresentou as alegações finais, após quase 3 meses de reiteradas intimações da Justiça. Foi requerido o afastamento das qualificadoras de motivo torpe e meio cruel, absolvição de José Edson do crime de estupro e direito de poder recorrer contra a sentença em liberdade. Porque houve manifestação, a juíza reconsiderou a multa e a atuação da Defensoria Pública.
Apesar dos pedidos, a magistrada considerou que há indícios suficientes de que José Edson seja a pessoa responsável pelo feminicídio de Lorrane. Com isso ela pronunciou o réu para que seja julgado pelo Tribunal do Júri de Diamantino.
"Com base nos depoimentos prestados em Juízo pelas testemunhas e pelo réu, entendo que há nos autos elementos para que o acusado seja pronunciado pelo crime de homicídio qualificado praticado contra a vítima Lorrane Cristina Silva de Limas".
Crime brutal
Lorrane foi achada após a polícia ir à sua casa para averiguar o motivo pelo qual os filhos dela terem faltado às aulas dois dias seguidos. A diretora da escola estranhou a situação e foi até a residência, quando um dos meninos falou com a professora, de dentro da casa. Ele relatou que a mãe estava dormindo e o padrasto havia saído para comprar remédio e deixou os menores trancados na casa, que não tinham a chave do portão.
Aos policiais, as crianças falaram que estavam bem, porém, foi percebido que a situação não estava normal. Os policiais então pularam o muro e entraram na casa, quando sentiram o mau cheiro vindo de um dos quartos. A vítima estava no chão, sem vida e com uma faca ao lado do corpo. As duas crianças estavam em outro quarto, em pânico, e foram retiradas do local e entregues aos cuidados do Conselho Tutelar.
O autor do feminicídio foi preso no dia 19 de março, na cidade de Rurópolis, no sul do Pará. Ele foi localizado no guichê de uma empresa de ônibus, na rodoviária da cidade paraense, por uma equipe da PM. José Edson afirmou que cometeu o crime para conseguir usar a digital da vítima e desbloquear o celular dela. O criminoso tinha um registro anterior, de abril de 2022, pelo crime de perseguição, denunciado por outra ex-companheira dele, na cidade de Lucas do Rio Verde.
Fonte: Gazeta Digital