Segundo a instituição, para 2024 e 2025 são esperadas taxas de 2,4%, ainda consideradas muito baixas para “progressos significativos na redução da pobreza”. No entanto, o Banco Mundial avalia que as economias da região têm se mostrado “relativamente resilientes diante do aumento do estresse da dívida, da inflação e do aumento da incerteza global”.
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Segundo o relatório, para impulsionar o crescimento, os países precisam preservar sua resiliência e aproveitar as oportunidades da indústria verde e das tendências na economia global de aproximação da cadeia produtiva aos mercados domésticos.
Em comunicado, o vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Carlos Felipe Jaramillo, disse que a região se recuperou em grande parte da crise da pandemia, mas infelizmente voltou aos baixos níveis de crescimento da década anterior. “Os países precisam urgentemente acelerar o crescimento inclusivo para que todos se beneficiem do desenvolvimento, e isso exigirá manter a estabilidade macroeconômica e aproveitar as oportunidades que a integração comercial oferece hoje”, destacou.
Segundo o economista-chefe para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial, William Maloney, a região da América Latina continua sendo uma das menos integradas, enquanto a abertura comercial e os fluxos de investimento estrangeiro direto foram estagnados ou reduzidos nos últimos 20 anos. “Alavancar a extraordinária vantagem comparativa da região na produção de energia sustentável, commodities necessárias para indústrias verdes emergentes, e o capital natural único da região, oferece uma nova fonte potencial de crescimento, mas exigirá políticas para facilitar o acesso a mercados, capital e tecnologia globais”, avaliou.
O relatório sugere uma série de políticas públicas para o avanço da integração regional. No longo prazo, essas políticas devem envolver redução de riscos sistêmicos, aumento de investimentos em infraestrutura tradicional e digital e melhoria do capital humano. Já no curto prazo, as sugestões são preservar a estabilidade geral, ao promover avanços regulatórios alfandegários e de transporte, e modernizar as agências de exportação e promoção de investimentos.
Inflação
O Banco Mundial avalia que, após se recuperar da pandemia, a região administrou “com relativo sucesso” as múltiplas crises causadas pela guerra da Rússia contra a Ucrânia e as incertezas da economia global. Segundo o relatório, tanto a pobreza quanto o emprego voltaram aos níveis pré-pandêmicos, enquanto a inflação média, à exceção da Argentina e da Venezuela, deve cair para 5% em 2023, depois de atingir 7,9% em 2022, inferior aos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 9,4%, e do Leste Europeu, de 18,8%, embora acima da inflação do Leste Asiático (4,7%).
Para o Brasil, segundo William Maloney, a queda nas expectativas de inflação devem levar à redução das taxas de juros. Em março, apesar da desaceleração da economia, o Banco Central do Brasil, não mexeu nos juros. As expectativas do mercado em torno do novo arcabouço fiscal do governo também deve impactar nas próximas decisões do órgão sobre a taxa Selic (juros básicos da economia).
Em relatório divulgado em janeiro, o Banco Mundial previu crescimento de 0,8% para o PIB brasileiro este ano e de 2% em 2024 e 2015.
De acordo com a instituição, o “relativo sucesso” da América Latina e Caribe na recuperação da pandemia reflete essa “resposta precoce e agressiva das autoridades regionais, o que levou a quedas da inflação em vários países”. “As autoridades do Chile e do Brasil anunciaram uma pausa em novos aumentos. Na maioria dos países da América Latina e Carine, as expectativas inflacionárias permanecem ancoradas e as metas dos bancos centrais devem ser alcançadas em 2024”, diz o documento.
No entanto, em média, o desequilíbrio fiscal permanece elevado e estima-se que os níveis de dívida atinjam 64,7% do PIB este ano, um pouco abaixo de 66,3% em 2022. “Além disso, as recentes falências de bancos nos EUA e na Europa trazem mais incertezas. Ainda veremos as consequências no sistema bancário e fluxo de capital na América Latina”, avaliou o Banco Mundial.