Cinquenta e cinco pessoas investigadas na Operação GĂȘnesis, da Delegacia Especializada de Estelionatos e Outras Fraudes, por constituir organização criminosa para aplicar golpes virtuais, foram denunciadas à Justiça nesta segunda-feira. Os criminosos investigados pela Polícia Civil também respondem pelo crime de lavagem de capitais, que executavam a fim de dissimular a origem ilícita dos valores auferidos.
A denúncia foi encaminhada pelo Ministério Público à 7ÂȘ Vara Criminal de CuiabĂĄ.
A segunda fase da Operação GĂȘnesis foi deflagrada no início de março deste ano, com o cumprimento de 97 ordens judiciais, entre prisões, apreensões e bloqueio de valores e sequestro de bens dos investigados.
A investigação identificou vítimas da organização criminosa em, ao menos, 13 estados brasileiros: Roraima, Distrito Federal, Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, GoiĂĄs, ParanĂĄ e Mato Grosso do Sul.
O inquérito que originou a Operação GĂȘnesis foi instaurado pela DEEF, após a informação de que o investigado O.J.O.S.M., morador do bairro Despraiado, na Capital, estava aplicando diversos golpes na modalidade fraude eletrônica. Ele usava contas bancĂĄrias digitais de terceiros para receber o dinheiro dos golpes aplicados, entre eles o do "perfil falso de Whatsapp" e do "falso intermediador de vendas".
Para executar as ações criminosas, o suspeito recrutava pessoas para que abrissem contas bancĂĄrias. Após a abertura das contas, ele passava a administrĂĄ-las, instalando os aplicativos dos bancos em seu aparelho telefônico. O dinheiro dos golpes passava a ser depositado nessas contas e, na sequĂȘncia, era sacado ou transferido para outras contas pelo próprio golpista ou por seus comparsas.
No decorrer da investigação, a Polícia Civil identificou outras pessoas que, de alguma forma, estariam associadas para a prĂĄtica dos golpes.
Em julho do ano de 2022 foram cumpridas vĂĄrias buscas sendo que nesta oportunidade diversos eletrônicos foram apreendidos. Os conteúdos foram analisados pelo Núcleo de InteligĂȘncia da delegacia e resultaram em material probatório que deu base à Operação GĂȘnesis.
"Além da identificação de vĂĄrios golpes aplicados pelos suspeitos, a investigação apurou a existĂȘncia de não apenas uma associação criminosa, sendo possível delimitar os contornos de uma verdadeira organização criminosa e, com a divisão de tarefas entre seus membros, instalada para a prĂĄtica de fraudes eletrônicas" explicou o delegado Pablo Carneiro.
Além dos golpes de estelionato, foi constatado que o grupo também fazia a lavagem de capitais para dissimular a origem ilícita dos valores, pulverizando o dinheiro em diversas contas de outros membros da organização criminosa.
A equipe da DEEF identificou 19 vítimas lesadas em golpes que foram de valores entre 3.116,00 a R$ 311.490,00. A soma do que foi tomado das vítimas ultrapassa R$ 1 milhão.