Segundo nota da SSP, "houve um tumulto provocado pelos dependentes químicos que resultou em atos de depredação pela região. Equipes do 7º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) realizaram a intervenção com uso de munição de menor potencial ofensivo para dispersar os indivíduos e apagou um pequeno foco de incêndio, entre a Avenida Duque de Caxias e Rua Santa Ifigênia".
A pasta informou que não houve registros de feridos e que a via foi liberada rapidamente. A ocorrência foi encaminhada ao 3º Delegacia de Polícia para providências.Segundo nota da Craco Resiste, relatos das pessoas que "estavam no fluxo" no momento da ação, informam que a Polícia Militar chegou jogando bombas e encurralando as pessoas nas ruas do centro.
"Importante lembrar que a ação acontece poucos dias após a prefeitura e o governo estadual terem mobilizado as chamadas forças de segurança pública para deslocar de forma truculenta uma multidão de pessoas em uma procissão macabra, guiada por bombas e cacetadas, pelas ruas da região central da cidade de São Paulo", diz a nota.
Segundo a Craco Resiste, na ação desta quarta-feira, as pessoas foram perseguidas por tiros e bombas pelo centro da cidade, o que levou terror e insegurança para toda a população. "O fluxo é movimentado pelos interesses econômicos, para abertura da fronteira imobiliária na região central e para alimentar a indústria das internações, transferindo grandes somas de dinheiro público para as mãos de organizações próximas aos grupos políticos no poder."
A organização defende alternativas de cuidados em liberdade, sem obrigação de abstinência, que tragam, além do acesso à saúde de forma ampla, oferta de moradia e renda. Além disso, ressalta que o consumo abusivo de drogas é causado por uma série de fatores, como quebra de vínculos familiares e afetivos, miséria extrema e comprometimento da saúde física e mental.
"Ignorar esses pontos, focando apenas na interrupção do uso de substâncias tende a não estabelecer processos de cuidado efetivos para as pessoas. Isso pode ser facilmente observado pelo altíssimo percentual de fracasso das internações, a maior parte das pessoas que está na Cracolândia neste momento passou por muitas delas", diz a nota.