As investigações indicam que os envolvidos traficaram cerca de 280 kg de cocaína de uma quantidade de 500 kg da droga que tinham sido apreendidos.
Na ação de hoje, cerca de 50 policiais federais estão nas ruas para cumprir oito mandados de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.De acordo com a PF, os mandados são cumpridos em endereços ligados aos criminosos, na capital fluminense e em Araruama, na Região dos Lagos, e na 33ª Delegacia de Polícia Civil, em Realengo, zona oeste do Rio. Na casa de um dos alvos, no bairro de Vargem Grande, também na zona oeste, os agentes encontraram R$ 43,1 mil e US$ 5.350, em espécie.
Além dos mandados, a Justiça Federal determinou o afastamento dos policiais dos respectivos cargos, a proibição de se ausentar da circunscrição, e uso de tornozeleira eletrônica. Também foi pedido o sequestro patrimonial de quantia equivalente a R$ 5 milhões de reais.
Desdobramento
A investigação é um desdobramento da Operação Turfe, que foi deflagrada pela PF no dia 15 de fevereiro de 2022 para desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas.
Segundo a PF, naquele momento, policiais federais realizavam o monitoramento e o acompanhamento em ação controlada de uma carga de cocaína que seria exportada em um contêiner. Os agentes tinham conhecimento da quantidade exata da substância que seria levada em um caminhão para o Porto do Rio de Janeiro por um integrante da Organização criminosa (ORCRIM). Eram 500 kg de cocaína, acondicionados em 17 malas, que seriam apreendidas no porto estrangeiro de destino final.
"Durante o monitoramento controlado pela PF, uma equipe da 25ª Delegacia de Polícia Civil abordou, na saída da Comunidade da Maré, o caminhão que transportava a droga e efetuou a prisão em flagrante do motorista do veículo. No entanto, para surpresa da Polícia Federal, os policiais civis apresentaram somente 7 malas contendo aproximadamente 220 kg de cocaína, apropriando-se de 10 malas que totalizavam 280 kg do entorpecente", completou a PF.
Após investigação patrimonial, a Polícia Federal atestou que, além dos condutores da ocorrência, houve o envolvimento do delegado titular da unidade, de um outro policial civil e da irmã de um dos policiais.
As investigações foram realizadas pelo Grupo de Investigações Sensíveis da PF (GISE/RJ) e pela Delegacia de Repressão a Drogas da PF (DRE/PF/RJ) em conjunto com Ministério Público Federal (MPF). A Receita Federal também participou na análise dos dados decorrentes do afastamento do sigilo fiscal dos investigados.
Para o cumprimento dos mandados, na data de hoje, a PF teve o apoio da Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ).
"O nome da operação Déjà Vu é a sensação de já ter visto ou vivido uma situação que está acontecendo no presente. A expressão francesa significa 'já visto'", concluiu a PF.