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Transição Ecológica

Haddad propõe presença do meio-ambiente em nova contabilidade nacional

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta sexta-feira (17) que a preservação do meio-ambiente passe a ter peso na contabilização da produção de riquezas do país.


"Não tem como deixar de considerar que nós estamos destruindo aquilo que nos mantém vivos", diz Haddad- Paulo Pinto/Agência Brasil

As declarações de Haddad foram dadas em evento, na capital paulista, em que o ministro, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, e entidades da sociedade civil debateram o Plano de Transição Ecológica, do governo federal.

"Estamos destruindo aquilo que nos mantém vivos. E isso não está sendo considerado nas contas nacionais. A gente precisa de uma outra contabilidade, vamos pensar diferente, nós vamos começar a verificar aquilo que está colocando em risco a nossa própria sobrevivência e a de muitas outras espécies", acrescentou.

O Pacote de Transição Ecológica do governo deverá estabelecer diretrizes para licenciamentos ambientais com a intenção de promover o desenvolvimento sustentável e garantir a proteção do meio ambiente.

Economia e Ecologia

Haddad ressaltou que é um grande equívoco contrapor a economia à ecologia, e que a primeira deve se submeter a segunda. "Precisamos entender que a gente precisa subordinar o que a gente chama de economia a propósitos maiores, que é a nossa permanência aqui", disse.

"Isso não está sendo objeto de atenção dos governos que continuam disputando espaço na economia internacional e esse afã de produzir a qualquer preço está levando o mundo a esses conflitos todos", acrescentou.

A ministra Marina Silva defende que a política ambiental seja implementada com a participação de todos os setores do governo como forma de enfrentar o atual modelo da economia. "O atual modelo é insustentável. Insustentável do ponto de vista econômico, social, ambiental e cultural. Então é uma mudança profunda e essa mudança profunda ela não acontece como um passo de mágica, não acontece da noite para o dia e ela vai ter acertos e erros", disse.

Ministra defende que a política ambiental seja implementada com a participação de todos os setores do governo - Paulo Pinto/Agência Brasil

Marina e Haddad receberam, ao final do encontro, uma carta assinada por 61 organizações pedindo um acordo global para a eliminação dos combustíveis fósseis. Entre outras reivindicações, as entidades sugerem que sejam criados mecanismos de troca da dívida externa dos países pobres e em desenvolvimento por ações de mitigação e adaptação à crise climática. A íntegra da carta pode ser lida na internet.

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