Refugiados afegãos acampam no Aeroporto de Guarulhos à espera de abrigo - Rovena Rosa/Agência Brasil
"É uma condição desumana, é uma condição sub-humana. Eles são praticantes da religião islâmica, que faz cinco orações diárias. Eles têm que ter, no mínimo, cinco asseios no seu corpo para poder fazer a oração. Isso está prejudicando eles em todos os sentidos, sem falar que estão se sentindo excluídos, porque não estão sendo acolhidos da forma correta que se deve acolher uma pessoa que pede refúgio no país", criticou.Desde 2021, quando o governo brasileiro concedeu visto humanitário para afegãos em função da tomada do poder do Talibã no Afeganistão, uma leva de imigrantes e refugiados afegãos tem chegado ao país. O governo brasileiro concedeu mais de 12 mil vistos e pouco mais de 7,2 mil refugiados já chegaram ao país, segundo dados atualizados até setembro.
A concessionária GRU Airport afirmou, em nota, que a atuação direta de acolhimento é feita pela prefeitura de Guarulhos. De acordo com o governo municipal, as 257 vagas existentes em abrigos do município e do governo estadual para imigrantes e refugiados estão ocupadas.
Atualmente, mais de 140 refugiados afegãos estão acampados no Aeroporto de Guarulhos - Rovena Rosa/Agência Brasil
A prefeitura afirma que tem garantido a segurança alimentar dos refugiados dentro do aeroporto fornecendo três refeições diárias, além de kits de higiene e cobertores.
Novo complexo
A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social informou, em nota, que está em avançadas tratativas para acolher mais 150 refugiados em um complexo localizado na região metropolitana de São Paulo, com potencial para até 300 pessoas. "Os primeiros a serem transferidos serão os afegãos que permanecem acampados no aeroporto."
A nova estrutura deverá estar pronta em 30 dias. "O Governo de SP investiu, em 2023, mais de R$ 6 milhões para acolher migrantes e refugiados em 10 serviços, sendo duas casas de passagem e oito repúblicas com capacidade para mais de 200 pessoas. Todos continuam com capacidade 100% ocupada", diz o texto.
A Agência Brasil solicitou posicionamento ao governo federal e aguarda retorno. Inicialmente, o pedido foi feito ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que indicou o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) para responder sobre o acolhimento dos afegãos.