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Médicos e enfermeiros são denunciados por envolvimento com esquema de fraude em contratos médicos em MT

Os denunciados são acusados de formação de cartel e desvio de cerca de R$ 35 milhões da saúde, que seriam destinados ao combate da Covid-19.

Por Redação Play MT em 12/12/2023 às 08:20:57

O Ministério PĂșblico de Mato Grosso (MPMT) encaminhou à Justiça uma denĂșncia contra 22 profissionais de saĂșde, incluindo médicos e enfermeiros, pelo suposto envolvimento em uma organização criminosa e desvio de dinheiro pĂșblico.Os denunciados foram investigados por meio da Operação Espelho, que envolveu ações das PolĂ­cias Civil e Federal.

Eles são suspeitos de desviarem dinheiro pĂșblico destinado ao combate da Covid-19, por meio de empresas prestadoras de serviço na ĂĄrea da saĂșde que firmaram contrato com a Secretaria Estadual de SaĂșde (SES-MT).

Em entrevista ao g1, a SES informou que em 2020 solicitou auditoria que constatou irregularidades no valor de R$ 229 mil, rescindindo os contratos. Na época, a secretaria reteve da empresa o pagamento de R$ 900 mil. Portanto não houve prejuĂ­zo ao erĂĄrio.



"A secretĂĄria adjunta de gestão hospitalar, Caroline Dobes, servidora de carreira com 16 anos de serviços prestados à administração pĂșblica, solicitou afastamento do cargo por livre iniciativa e irĂĄ demonstrar em juĂ­zo a sua inocĂȘncia", completou.

Como desdobramento das investigações, a PolĂ­cia Civil apurou que a empresa contratada integrava um cartel de empresas dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente de UTIs em todo o estado.

A operação, deflagrada em 2021, investigou o desvio de cerca de R$ 35 milhões do cofres pĂșblicos para prestação de serviços de saĂșde que, conforme a denĂșncia, não foram prestados ou executados de forma incompleta.

O MPMT também pede a reparação dos danos causados que chegaram à soma de R$ 229.752,50, referentes aos desvios ocorridos no Hospital Metropolitano, em VĂĄrzea Grande.

Entenda o caso

A primeira fase da operação foi deflagrada em 2021 e investigou fraudes e desvios de valores ocorridos no contrato de prestação de serviços médicos no Hospital Estadual Lousite Ferreira da Silva (hospital metropolitano), em VĂĄrzea Grande.

Como desdobramento das investigações, a PolĂ­cia Civil apurou que a empresa contratada integrava um cartel de empresas dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente de UTIs em todo o estado.


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Confira a lista de profissionais denunciados:

  • Luiz Gustavo Castilho Ivoglo – médico e empresĂĄrio (organização criminosa/ peculato / fraude à licitação)
  • Osmar Gabriel Chemim – médico e empresĂĄrio (organização criminosa)
  • Bruno Castro Melo – médico e empresĂĄrio (organização criminosa/ peculato/ fraude à licitação)
  • Carine Quedi Lehnen Ivoglo – médica (organização criminosa/ peculato)
  • Gabriel Naves Torres Borges – médico e empresĂĄrio (organização criminosa)
  • Alberto Pires de Almeida – médico, pecuarista e empresĂĄrio (organização criminosa)
  • Renes Leão Silva – médico e empresĂĄrio (organização criminosa)
  • Catherine Roberta Castro da Silva Batista Morante – médica (organização criminosa)
  • MĂĄrcio Matsushita – médico (organização criminosa)
  • Sergio Dezanetti – médico e pecuarista (organização criminosa)
  • Luciano Florisbelo – médico (organização criminosa)
  • Samir Yoshio Mastumoto Bissi – médico e empresĂĄrio (organização criminosa)
  • Euller Gustavo Pompeu de Barros Gonçalves – médico (organização criminosa)
  • Pamela Lustosa Rei – médica (organização criminosa)
  • Nabih Fares Fares – médico e empresĂĄrio (peculato)
  • José Vitor Benevides Ferreira – médico (peculato)
  • Marcelo de Alécio Costa – servidor pĂșblico/militar da reserva (organização criminosa / fraude à licitação)
  • Alexsandra Meira Perez – contadora e professora (organização criminosa)
  • Maria Eduarda Mattei Cardoso – secretĂĄria administrativa (organização criminosa)
  • Elisandro de Souza Nascimento – enfermeiro (organização criminosa)
  • Caroline Campos Dobes Conturbia Neves – servidora pĂșblica estadual – SecretĂĄria Adjunta de Gestão Hospitalar (peculato)
  • Miguel Moraes da Cruz Suezawa – brasileiro, solteiro, coordenador (peculato)

Todos foram acusados de cartel na saĂșde pĂșblica do estado.

O g1 também entrou em contato com os denunciados, mas não obteve retorno de todos até a publicação desta matéria. A reportagem tenta contato com a defesa dos demais envolvidos.

Segue abaixo o posicionamento daqueles que se manifestaram.

Por meio da nota, Miguel Moraes da Cruz Suezawa informou que estĂĄ devidamente representado por seu procurador jurĂ­dico, tendo tomado conhecimento em sites de notĂ­cias locais sobre o oferecimento de denĂșncia pelo Ministério PĂșblico de Mato Grosso, como desdobramento da Operação Espelho, e apontado como denunciado, vĂȘm manifestar que aguardarĂĄ com tranquilidade o recebimento formal da denĂșncia e prestarĂĄ todos os esclarecimentos necessĂĄrios em juĂ­zo para a elucidação dos fatos.

Luiz Gustavo Castilho Ivoglo disse que, até o presente momento, a defesa dele não teve acesso a denĂșncia e que aguardarĂĄ para poder se manifestar.

Sérgio Dezanetti afirmou que nunca trabalhou neste serviço e que no processo não consta nada que o envolva. Além disso, ressaltou que a acusação de ameaça feita por outro médico nunca existiu. Ele afirmou ainda que vai acionar judicialmente os que fizeram acusações contra ele.

A defesa de MĂĄrcio Matsushita informou que estĂĄ bastante tranquila e convicta da inocĂȘncia dele. Os advogados irão tomar conhecimento da denĂșncia, a fim de que possa demonstrar que ele é inocente. A defesa destacou que aguardarĂĄ a tramitação processual para apresentar todas as manifestações necessĂĄrias

Os gestores das empresas Bone Medicina Especializada, Medtrauma Centro Especializado e Curat Serviços Médicos disseram que receberam com estranheza os pedidos de pronunciamento feitos pela imprensa a respeito de denĂșncia criminal supostamente oferecida pelo Ministério PĂșblico do Estado de Mato Grosso no âmbito da Operação Espelho.

"Isto, pois, além das investigações tramitarem sob segredo de justiça, não fora disponibilizada nenhuma denĂșncia nos respectivos autos de inquérito policial, razão pela qual a defesa desconhece o teor de eventuais imputações. Os representantes jurĂ­dicos das empresas reafirmaram que todos os contratos pĂșblicos de responsabilidade das empresas foram executados a contento, registrando-se a defesa desconhece a existĂȘncia de indĂ­cios que indiquem o contrĂĄrio".

O Médico Euller Preza enviou nota:

"A referida operação teve seu nascedouro e fechamento, diante de supostas irregularidades nas escalas de plantões junto ao Hospital Metropolitano de V. Grande e a sonegação de atendimentos ao tempo da Covid, sendo cristalino na própria denĂșncia que o médico jamais atuou em ambos os casos relacionados a esses fatos (?) Contudo, passou a ser indevidamente investigado, em decorrĂȘncia de algumas trocas de mensagens, em que citara o preço que cobraria em serviços, caso fosse contratado para a prestação de serviços médicos, daĂ­ restando imensa indignação pois não hĂĄ crime algum na apresentação de orçamentos, basicamente sendo esse o viés dos diĂĄlogos de whatsapp enfrentados na frĂĄgil denĂșncia (?)".


Fonte: Portal G1

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