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Ferrovia

Cerca de 600 trabalhadores que constroem 1ª ferrovia de MT fazem paralisação

Manifestantes também pediram que o alojamento seja mais perto da obra, além de melhorias no cardápio servido aos trabalhadores.


Cerca de 600 trabalhadores da ferrovia que conecta Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, a 218 km e 360 km de Cuiabá, respectivamente, fizeram uma paralisação, nesta segunda-feira (27). Os funcionários cobram aumento salarial e melhores condições na estrutura dos alojamentos.

A princípio, foi informado que 300 funcionários estavam em greve, no entanto, o número dobrou.

Os manifestantes também pedem que o alojamento seja mais perto da obra, além de melhorias no cardápio servido aos trabalhadores. Eles prestam serviço a uma empresa terceirizada, contratada pela Rumo, responsável pela construção dos trilhos.



Em nota, a empresa Rumo, responsável pela obra, afirmou que "todas obrigações previstas na legislação trabalhista e no acordo coletivo de trabalho firmado entre o sindicato profissional e o consórcio responsável pelas obras vêm sendo cumpridas".

Já o Consórcio Construtor Ferrovia emitiu uma nota dizendo que cumpre todas as obrigações previstas na legislação trabalhista e no acordo coletivo firmado com o sindicato profissional que representa a categoria de colaboradores.

A empresa disse ainda que o consórcio, que é responsável pelos trabalhadores, está em contato com os funcionários para avaliar as reivindicações e as respectivas medidas que podem ser adotadas.



A obra

Projeto prevê a implantação de trilhos e terminais que vão interligar os municípios de Rondonópolis a Cuiabá, além de Rondonópolis com Nova Mutum e Lucas do Rio Verde — Foto: Secom-MT

O projeto da ferrovia está estimado em R$ 12 bilhões e promete impulsionar o agronegócio. Os trilhos da ferrovia, de mais de 700 km de extensão, vão passar por 16 municípios de Mato Grosso.

Foram considerados os Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) entregues pela empresa, que contêm medidas de monitoramento, controle e mitigação de impactos.



Os povos indígenas que vivem na região, Boe-Bororo das Terras Tadarimana e Tereza Cristina, foram deixados de lado durante a discussão do projeto. A ferrovia deve passar pelas terras deles.

Com isso, a Justiça suspendeu a licença ambiental da empresa responsável pela obra até que os povos originários fossem ouvidos após um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e da Defensoria Pública da União (DPU), que também obrigou a Fundação Nacional do Índio (Funai) a intervir no processo de licenciamento.

Em novembro do ano passado, a liderança do povo Bororo, Antônio Tukureakireu, representou os indígenas no evento realizado na sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em que foi assinado o termo de compromisso sobre as obras da ferrovia.


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