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Rebeca Andrade superar Biles, é ouro no solo e se torna maior medalhista olímpica do Brasil

Ginasta conquista sua quarta medalha nos Jogos de 2024 e a sua sexta em Olimpíadas; Simone Biles comete erros de execução e fica com a prata

Por Redação Play MT em 05/08/2024 às 14:39:51

Rebeca Andrade chorou de emoção e alívio, e o Brasil chorou com ela. A estrela mais brilhante do Olimpo brasileiro conquistou o ouro na final do solo na manhã desta segunda-feira (5), na Bercy Arena, em Paris, e se tornou a maior medalhista olímpica do país em todos os tempos. Tudo isso aos 25 anos.

Foi um dia de emoção e redenção. Rebeca havia falhado na final de trave menos de uma hora antes e ficado fora do pódio. Mas levantou a cabeça e entregou tudo no tablado, com um solo belíssimo, chegadas praticamente cravadas ao fim de cada acrobacia e as lágrimas de quem sabia que havia encerrado sua participação nas Olimpíadas de Paris com uma apresentação de encantar o mundo todo. Simone Biles fez acrobacias incríveis, mas falhas na execução a deixaram com a medalha de prata. A americana Jordan Chiles ficou com o bronze.


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Com sua sexta medalha em duas Olimpíadas, Rebeca Andrade ultrapassou os cinco pódios dos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael. E pode ter se despedido do solo da maneira mais perfeita possível. A ginasta disse, nos últimos dias, que deve deixar de fazer o solo, que sacrifica muito seus joelhos. Rebeca teve que passar por três cirurgias de ligamento cruzado anterior (LCA), e os joelhos sofrem com o impacto da aterrissagem.

Se realmente essa foi a última vez, a brasileira fechou com graça, leveza e acrobacias impressionantes, altas e difíceis. Tanta beleza rendeu à ginasta um excelente 14.166 e o ouro. E quem sabe não a faz repensar a decisão?

Foi a quarta medalha de Rebeca em Paris 2024. Além do ouro no solo, Rebeca sai da França com duas pratas, no salto e no individual geral, e um bronze por equipes. Na carreira olímpica, ela ainda tem o ouro no salto e a prata no individual geral em Tóquio 2020, somando seis pódios nas duas edições dos Jogos. E foi reverenciada por Simone Biles e Jordan Chiles durante a cerimônia de medalhas.



O solo de Rebeca

Rebeca trocou o collant grená da trave por um azul lindíssimo para o solo. Sua cor favorita deu sorte. Cravou cada uma das quatro chegadas de acrobacia, entregou uma coreografia cheia de graça e inventividade e levantou o público presente na Arena Bercy.

A ginasta começou sua série com "End of Time", de Beyoncé, na trilha sonora; pose de diva, mão direita na cintura, braço esquerdo e rosto apontados para o alto. E partiu para uma pirueta para frente ligada, por um flic flac, com o Tsukahara grupado, duplo mortal com as pernas encolhidas junto ao peito emendado com uma pirueta.

Rebeca Andrade conquista medalha de ouro no solo — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Rebeca Andrade conquista medalha de ouro no solo — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

No segundo trecho do solo, realizou um Tsukahara esticado, duplo mortal com as pernas estendidas com uma pirueta, a acrobacia mais potente e de valor mais alto da apresentação. Antes da terceira diagonal, Rebeca fez um salto ginástico chamado cadete com pirueta, interpretou a música com coreografia e seguiu para o Mustafina - o giro triplo com a perna alta, porém, não foi considerado completo. Rebeca chegou a pedir um recurso ao fim da prova, mas os árbitros julgaram dificuldade como duplo giro, assim como na classificatória.

Numa homenagem à apresentação com que encantou o mundo em Tóquio, repetiu o famoso passo de dança em que balança corpo e braços dando soquinhos no ar e seguiu para um duplo mortal esticado, agora já ao som de "Movimento da Sanfoninha", de Anitta.

Rebeca Andrade se apresenta na final do solo — Foto: Reuters

Rebeca Andrade se apresenta na final do solo — Foto: Reuters

A ginasta deu mais dois saltos ginásticos e se preparou para o encerramento com um duplo mortal carpado perfeito. E finalizou com mais uma homenagem à apresentação que lhe deu tantas alegrias no ciclo olímpico passado, encerrando ao som de um trechinho do Baile de Favela.

O solo de Simone

É difícil competir com o altíssimo grau de dificuldade do solo de Simone Biles. Desta vez, por excesso de força, talvez excesso de vontade, a americana sobrou em duas acrobacias e pisou com os dois pés fora do tablado duas vezes. Por isso foi penalizada em 0,6. Um desconto decisivo. Realizou suas acrobacias impossíveis, incluindo o Biles I e o Biles II, e tirou 14.133 e comemorou uma prata. Simone sai de Paris com três ouros no individual geral, no salto e por equipes, e com a prata do solo.

Os solos das outras ginastas

Bronze na trave, a italiana Manila Esposito sofreu uma queda em sua primeira diagonal no solo e, com nota 12.133, deu adeus às possibilidades de medalha.

A chinesa Yushan Ou fez uma série com algumas falhas e pisou fora do trabalho, recebendo a nota de 13.000.

Aos 16 anos, a japonesa Rina Kishi também pisou fora do tablado, mas apresentou uma série sólida em sua estreia em Olimpíadas, com nota 13.166.

Medalhista de ouro na trave, a italiana Alice D'Amato tirou 13.600 com uma série esteticamente encantadora.

Foi seguida pela romena Ana Barbosu, que fez uma apresentação sólida e tirou 13.700. Mesma nota de sua compatriota, Sabrina Maneca-Voinea.

A última a se apresentar foi a americana Jordan Chiles. Companheira de Simone na equipe dos Estados Unidos, Jordan tirou 13.766 numa série empolgante, embalada por canções de Beyoncé, e ficou com a medalha do bronze.

Classificação final

  1. Rebeca Andrade - 14.166 ????
  2. Simone Biles - 14.133 ????
  3. Jordan Chiles - 13.766 ????
  4. Ana Barbosu - 13.700
  5. Sabrina Maneca-Voinea - 13.700
  6. Alice D'Amato - 13.600
  7. Rina Kishi - 13.166
  8. Yushan Ou - 13.000
  9. Manila Esposito - 12.133

Fonte: Portal G1

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