O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu nesta quarta-feira (14) ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à AgĂȘncia Nacional do Petróleo, GĂĄs Natural e Biocombustíveis (ANP) que investiguem suposto aumento não justificado do preço de combustíveis ao longo da cadeia de produção — em etapas como abastecimento, fornecimento e distribuição — e na venda final ao consumidor.
No ofício enviado aos órgãos, Silveira aponta suposta ocorrĂȘncia de "eventuais prĂĄticas anticoncorrenciais" em relação aos preços da gasolina, do óleo diesel e do GLP (gĂĄs liquefeito de petróleo). O objetivo da investigação é a "busca por um ambiente de mercado saudĂĄvel e competitivo nesses segmentos."
Para embasar o pedido de "adoção de providĂȘncias", o ministro apresenta um panorama da evolução dos preços dos combustíveis ao longo do tempo e da cadeia de produção. Silveira também destaca a "relevância do mercado de combustíveis para a economia nacional e seu impacto direto no custo de vida da população".
"Essa anĂĄlise destaca as variações nos preços dos combustíveis em diferentes pontos da cadeia logística, proporcionando uma visão abrangente dos fatores que influenciam a precificação final ao consumidor. Observa-se que hĂĄ uma tendĂȘncia de aumento persistente no incremento de margens no setor de distribuição e de revenda desses combustíveis", afirma o texto, enviado ao presidente do conselho administrativo do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo, e ao diretor-geral da ANP, Rodolfo Henrique de Sabóia.
A anĂĄlise técnica apresentada por Silveira avalia os preços dos combustíveis entre 2019 e 2024, sempre no mĂȘs de maio. Segundo o relatório, no período, o valor ao consumidor final da gasolina cresceu 29%; o do óleo diesel S-10 aumentou 59%; e o do GLP em botijões de 13kg subiu 47%.
O preço dos combustíveis inclui fatores como impostos federais e estaduais, o valor da commodity e do biocombustível de mistura obrigatória e as margens de distribuição e revenda. Os valores de revenda dos trĂȘs combustíveis tiveram aumento significativo no período analisado — 82% no caso da gasolina e 90% no diesel e no GLP.
Fonte: Agora MT