Um homem foi preso com 45 gramas de ouro durante a Operação Conjunta Ágata Oeste, que teve como alvo o garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé, entre essa terça (10) e esta quarta-feira (11), nos municípios de Vila Bela da Santíssima Trindade, Conquista D'Oeste e Nova Lacerda. O homem é suspeito de extrair recursos minerais sem autorização dos órgãos competentes.
De acordo com o Ministério da Defesa e Forças Armadas, responsáveis pela operação, a Sararé possui cerca de 67 mil hectares de extensão, sendo que mais de 1,3 mil foram devastados, entre janeiro e julho deste ano, pelos garimpeiros que se apropriaram do local. Além disso, é estimado que o garimpo ilegal causou a perda de 570 hectares e um prejuízo de R$ 5 milhões relacionado ao crime organizado.
Segundo a Polícia Federal, que também participou da ação, a operação teve como principal objetivo impedir a extração ilegal de ouro e a apropriação indevida dos bens da União, além de desocupar as áreas invadidas por garimpeiros.
Durante a operação, quatro retroescavadeiras, cinco motobombas, uma betoneira e uma motosserra foram localizadas e destruídas. Também foram apreendidos mais de R$ 2,5 mil em espécie, joias, equipamentos de garimpagem e, ao todo, 100 gramas de ouro.
A operação Ágata Oeste monitorou as atividades ilegais e também utilizou imagens de satélite para avaliar o desmatamento na Terra Indígena Sararé. Fuzileiros navais usaram drones térmicos para monitorar de perto as atividades de garimpo ilegal na região.
Participaram da operação: Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Força Nacional, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron), a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro, a Força Aérea Brasileira e órgãos de segurança pública federal e estadual dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Desde 2020, a região é cenário recorrente de operações realizadas pela Polícia Federal para desativação de garimpo. Em julho, ação conjunta da Polícia Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros órgãos federais tentaram conter a expansão do garimpo, mas o território segue sendo alvo de destruição.
Terra Indígena Sararé é tomada por garimpeiros — Foto: Fábio Bispo/Greenpeace
Imagens divulgadas há duas semanas pela ONG Greenpeace Brasil mostraram um avanço do garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá. Na ocasião, a instituição fez um sobrevoo na região, após diversas denúncias, e revelou que os garimpeiros intensificaram a destruição ambiental e estavam utilizando maquinário pesado nas proximidades da área de preservação.
Ao todo, a área abrange os municípios de Conquista d'Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade. Nas imagens divulgadas pelo Greenpeace, é possível ver diversas escavadeiras estacionadas em áreas urbanas próximas, evidenciando a intensidade das operações ilegais.
Em abril deste ano, foram apreendidas 22 pás carregadoras avaliadas em mais de R$ 17 milhões, 39 motores estacionários, duas bombas d'água, um gerador e duas britadeiras foram destruídas, durante a "Operação que Ouro Viciado".
Segundo dados do Ministério Público Federal de 2022, a TI Sararé tem cerca de 5 mil garimpeiros.
Fonte: Portal G1