Conselho de Justificação que investiga a conduta do capitão do Corpo de Bombeiros Daniel Alves de Moura e Silva, em relação à morte do aluno soldado Lucas Veloso Peres, foi suspenso. O motivo não foi informado na publicação que circulou no Diário Oficial do Estado. Lucas morreu em fevereiro deste ano durante um treinamento, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá. Daniel responde a uma investigação interna que pode culminar na exoneração da corporação.
O capitão também enfrenta uma ação penal junto à Vara Militar, onde no dia 11 de novembro, às 14h, ocorre a primeira audiência de instrução do caso. Sobre o Conselho de Justificação, ele foi criado em setembro e é formado pelo tenente-coronel Jean Carlos Pinto de Arruda Oliveira, tenente-coronel Mário Henrique Faro Ferreira e o major Adailton Luiz de Souza.
São julgados pelo Conselho casos como ter procedido incorretamente no desempenho do cargo; tido conduta irregular; ou praticado ato que afete a honra pessoal, condenado por crime de natureza dolosa e outros. Os trabalhos podem ser iniciados a pedido ou "ex officio". Pai de Lucas, Cleuvimar Selvo Peres ressaltou que acredita na justiça.
"É o que peço a Deus todos os dias. Para segurança dos próximos filhos que os pais entregarem nas mãos do estado de Mato Grosso. Para que se sintam seguro em estar formando cidadão de bem", disse Cleuvimar. Lucas morreu por afogamento, na manhã do dia 27 de fevereiro.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Daniel Alves foi o responsável por comandar a atividade prática de instrução de salvamento aquático, tendo como monitor o soldado Kayk Gomes dos Santos. Inicialmente, o capitão determinou que os alunos se organizassem em grupos de quatro militares para realizar uma corrida de cerca de um quilômetro e, na sequência, atravessar o lago a nado.
Conforme a dinâmica proposta, a cada dois alunos, um deveria portar o flutuador do tipo Life Belt. Nessa divisão, Lucas ficou com a missão de levar o equipamento. Após percorrer aproximadamente 100 metros da travessia a nado, o aluno passou a ter dificuldades na flutuação e parou para se recompor, utilizando o Life Belt.
Desconsiderando o estado de exaustão do soldado, o capitão determinou que ele soltasse o flutuador e continuasse o nado. A vítima tentou seguir as atividades, voltando a buscar o flutuador.
O capitão insistiu para que o soldado soltasse o equipamento de segurança, proferindo ameaças. O aluno sofreu diversos caldos e sofreu uma parada cardiorrespiratória, morrendo no local.
Fonte: Gazeta Digital