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Vacina em gotinhas da poliomielite é substituída por dose injetável; entenda mudanças

Brasil segue uma tendência mundial ao interromper o uso da vacina de gotinha. A partir de agora, crianças menores de cinco anos receberão as três doses (aos 2, 4 e 6 meses) e mais uma dose de reforço aos 15 meses. Ministério da Saúde reforça que Zé Gotinha continuará atuando em prol da vacinação.

Por Redação Play MT em 04/11/2024 às 14:46:38

A partir desta segunda-feira (4), o Ministério da Saúde vai substituir as duas doses de reforço da VOPb (vacina oral poliomielite bivalente) por uma dose de vacina injetĂĄvel da VIP (vacina inativada poliomielite). Ou seja, o esquema vacinal contra a doença serĂĄ exclusivo com a VIP.

No esquema atual, a criança recebe trĂȘs doses da VIP aos 2, 4 e 6 meses e duas doses de reforço da VOP, a gotinha, aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Veja como fica o novo esquema (todas as doses com a vacina injetĂĄvel):

  • Primeira dose aos 2 meses;
  • Segunda dose aos 4 meses;
  • Terceira dose aos 6 meses;
  • Reforço aos 15 meses.

Importante: O Ministério da Saúde reforça que o Zé Gotinha continuarĂĄ atuando em prol da vacinação.



A substituição segue uma tendĂȘncia mundial e foi amplamente discutida na Reunião da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI), com a participação dos representantes da Sociedade Científica, com o Conselho Nacional de SecretĂĄrios de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS).

Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que a vacina em gotinhas foi muito importante para a imunização no país — o Brasil estĂĄ hĂĄ 34 anos sem a doença.

"A vacina oral era excretada nas fezes de quem recebia o imunizante. E quando a gente vacinava milhares de crianças, esse vírus era eliminado na comunidade e acabavam imunizando indiretamente mesmo aqueles que não apareciam nas campanhas. A vacina oral atingia vacinados e não vacinados, levando a uma ampla vacinação", explica o infectologista e pediatra.


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Hoje, isso não faz muito sentido. O vírus selvagem é encontrado em apenas no Afeganistão e no Paquistão. Além disso, mesmo que muito raro, o vírus vacinal que fica circulando no ambiente pode sofrer uma mutação e reverter sua atenuação.

"Ele pode se tornar virulento e causar paralisia em quem não foi vacinado. Hoje se tem mais casos de paralisia derivados desse vírus vacinal do que pelo próprio vírus selvagem que jĂĄ eliminamos praticamente do planeta, restrito hoje a dois países", completa Kfouri.

Kfouri lembra que a vacina é segura e que jĂĄ faz parte do calendĂĄrio de imunizações. "Não hĂĄ mudanças no esquema de prevenção. As crianças precisam ser vacinadas. A paralisia só ocorre em quem não tem vacina".


Fonte: Portal G1

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