O governador Mauro Mendes (União) disse esperar que o Governo Lula (PT) se posicione "firmemente" em relação à decisão da rede francesa Carrefour de não mais adquirir carne do Mercosul.
O veto foi anunciado nesta semana pelo CEO da rede varejista, Alexandre Bompard. O Brasil é o maior exportador de carne bovina e de aves do mundo, e Mato Grosso figura como maior rebanho bovino do País.
Ao programa Money News, da rádio CBN Brasil, Mendes afirmou que os franceses têm tratado com "desrespeito" a produção brasileira e defendeu a soberania da legislação do País.
"Eles não chegam perto da proteção ambiental que temos no nosso país. No fundo é uma guerra comercial. [...] O Governo Brasileiro tem que ter uma resposta à altura e não pode ficar se acovardando e aceitando que uma empresa faça isso. Agora vem a segunda, e daqui a pouco vira moda", disse o governador, ao citar que a Danone foi a primeira a anunciar boicote a produtos brasileiros.
"Vamos reagir à altura: vamos boicotar o Atacadão e o Carrefour, porque eles estão nos boicotando. E vamos dar aos produtos franceses no Brasil o mesmo [tratamento] que eles estão dando aos produtos brasileiros", completou.
"Lei da reciprocidade"
Para isso, Mendes afirmou que irá recorrer à bancada federal de Mato Grosso para apresentar um projeto de lei no Congresso Nacional oficializado o boicote ao país europeu.
"Eles querem ficar vendendo queijo, vinho, perfume, e os produtos deles livremente aqui no brasil. Eu vou propor isso no Congresso Nacional: criar [uma lei] dentro do princípio da reciprocidade", disse.
"Temos que boicotar produtos franceses no Brasil também em resposta para que eles passem a respeitar o nosso país e nosso produto, já que estamos em um mundo globalizado, em que a competição tem que ser livre. E que se estabeleça quem é mais competente e eficiente", emendou.
O outro lado
O Ministério da Agricultura disse não acreditar em um movimento orquestrado por parte de empresas francesas para dificultar a formalização do Acordo Mercosul - União Europeia
Em nota à imprensa, o Carrefour França informou que a medida anunciada se aplica apenas às lojas na França. E que em nenhum momento ela se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise.
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