A taxa obtida na emissão dos papéis de dez anos somou 6,15% ao ano. No último lançamento desse tipo de papel, em junho de 2021, o rendimento havia sido 3,875% ao ano. Apesar das taxas mais altas, fontes do Tesouro informaram que as taxas foram menores que as esperadas, de 6,5% ao ano.
Taxas baixas de juros indicam pouca desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Em momentos de crise econômica e de aumento das taxas externas como o atual, os estrangeiros passaram a cobrar juros mais elevados para comprar os papéis brasileiros.
Apesar da alta dos juros no exterior, o Tesouro informou que os títulos brasileiros tiveram boa receptividade no exterior. A demanda pelos papéis brasileiros superou as expectativas, chegando a US$ 8,5 bilhões.
Segundo o órgão, o mercado internacional estava sendo monitorado e nesta quarta-feira ocorreu uma janela de oportunidade (bom momento) para realizar a emissão.
Por meio do lançamento de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a vários anos com a correção dos juros acordada, de 6,15% ao ano para os papéis que vencem daqui a dez anos.
O spread, que é a diferença entre os títulos brasileiros de dez anos e os papéis do Tesouro norte-americano com o mesmo prazo, aumentou. A taxa do papel brasileiro foi 285,4 pontos-base (2,854 pontos percentuais) maior que a dos papéis norte-americanos. Na emissão anterior, em junho de 2021, a diferença havia ficado em 240,2 pontos (2,402 pontos percentuais).
Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país em 13 de abril. De acordo com o Tesouro Nacional, as emissões de títulos no exterior não têm como objetivo principal reforçar as divisas do país, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional.