Nesta terça-feira (15), a prefeitura de Primavera do Leste e diversas entidades locais se reuniram no sindicato rural, buscando soluções para a falta de água em Primavera do Leste. O foco das discussões foi a Agência Águas de Primavera.
O prefeito em exercício, Ademir Goes, enfatizou a importância de atender ao contrato vigente, destacando a necessidade de prestação de serviço sem desvios. Segundo ele, as promessas anteriores não foram cumpridas.
"Estamos aqui para dar uma resposta para a sociedade sobre o problema de falta de água e cobrar que o serviço seja prestado, em cima do contrato que já existe. Nós não somos moleques, eles fizeram uma reunião comigo na quinta-feira e falaram que estava tudo resolvido e não tinha nada resolvido," destaca.
Toninho Filho, Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, e Presidente do Conselho de Saneamento Básico, apontou que o conselho é composto por algumas entidades e foi criado junto com concessão para a Águas de Primavera. O conselho supervisionava o contrato, mas a responsabilidade foi posteriormente transferida para a AGER, a agência reguladora. Diante da ineficácia atual, o conselho comunicou a AGER, que agora deverá tomar medidas cabíveis.
Toninho explicou que, segundo a lei, a concessão pode ser interrompida se a empresa acumular 35 pontos, que são acumulados de acordo com o serviço prestados de forma ineficientes. Recentemente, 14 pontos foram contabilizados. O conselho retomará a notificação e encaminhará as queixas diretamente ao Ministério Público para reforçar a execução contratual.
No entanto, Toninho ressalta que a população também deve contribuir. Apenas cinco reclamações foram oficialmente registradas. Ele explicou o processo de denúncia e aplicação de multas. "O procedimento correto é fazer uma reclamação na Águas de Primavera e pegar o protocolo. Não tendo resolutividade, é preciso ligar na AGER e assim, será feita a aplicação da multa."
O diretor-presidente da Águas de Primavera, Arildo Viana, respondeu questionamentos e afirmou não haver crise em Primavera do Leste. "Não há problema de crise hídrica, não é problema de estiagem. A água que hoje existe na cidade é suficiente para o abastecimento da população e desenvolvimento do município", garante o funcionário.
Segundo Arildo, muitas reclamações sobre qualidade partiram de usuários sem caixas d'água, o que afeta o processo de tratamento de água.
E o que de fato aconteceu, de acordo com Viana, é que após as denúncias de água imprópria foi necessário interromper o sistema, limpar a rede e aguardar a recuperação do mesmo, contudo, isso gerou problemas de pressão que levam a instabilidade no abastecimento, com apenas 50% a 70% da pressão ideal e momentos críticos.
Essa manutenção ocorreu de 9 a 11 de agosto, afetando especialmente as áreas que ficam localizadas nos "pontos de rede", porque o primeiro abastecimento é para as regiões mais próximas dos poços e depois para o restante do município. Mas para minimizar essa escassez, o presidente da agência afirmou que a concessionária disponibilizou caminhões-pipa e bombas pressurizadoras, desde o dia 8. Inclusive, ainda estão disponíveis para quem se sentir lesado.
Ele explicou que a comunicação da interrupação do abastecimento foi realizada por meio de carros de som, sites, gravações em veículos de comunicação e notas em grupos de WhatsApp, admitindo que poderia ter sido melhor, já que muitos moradores afirmaram não terem sido informados.
Arildo Viana encerrou garantindo que a partir de hoje todas as residências irão receber água e prometeu que a pressão estará totalmente regularizada até domingo.