O livro sobre Sérgio Marcus Rangel Porto – ou Stanislaw Ponte Preta -, considerado um dos maiores intérpretes da alma carioca, foi selecionado em edital da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro de 2021.
Stanislaw Ponte Preta teria comemorado seu centenário de nascimento em 11 de janeiro deste ano. O evento organizado pelo Sesc, intitulado Sérgio Porto, 100 anos de humor e a alma carioca, foi contemplado no edital Sesc Pulsar. Ele traz uma série de rodas de leitura dramatizadas de trechos de crônicas dos livros Tia Zulmira e Eu, Primo Altamirando e Elas, Garoto Linha Dura e os Febeapás - Festival de Besteiras que assola o país, de autoria do cronista e também escritor, jornalista, compositor e teatrólogo.A ideia é apresentar um pouco da obra de Sergio Porto para as novas gerações, disse à Agência Brasil a coordenadora de produção das leituras, Ilana Braia. As rodas de leitura foram idealizadas por Ilana e Mônica Behague, com realização da Le Toon Studio. A direção é de Claudio Mendes, que também atua ao lado de Hugo Germano, Marianna Mac Niven e do músico-ator e diretor musical Ronaldo Mota. Ao final das apresentações, os atores conversarão com o público.
Ilana disse que "Claudio Mendes fez a organização dramatúrgica, a partir do livro que eu organizei". As apresentações terão início às 15h desta sexta-feira (1º), no teatro do Sesc Niterói. Em seguida, as leituras serão feitas nas unidades do Sesc Quitandinha (dia 9), às 15h; Barra Mansa (14), às 14h; Nova Iguaçu (30), às 15h; Tijuca (5 de outubro), às 15h; Duque de Caxias (7), às 15h; Três Rios (26), às 14h; e Madureira (14), às 16h.
Sérgio Porto foi um dos mais importantes cronistas brasileiros. Ele revolucionou a linguagem jornalística com seu estilo cheio de humor e irreverente. O Festival de Besteiras que assola o país – Febeapá, criado em 1966, retratava com ironia os acontecimentos dos primeiros anos dos governos militares e consagrou o autor como um ícone do humorismo político nacional.
Outra característica marcante de Sergio Porto, alem do humor, era a experiência urbana. Ele conseguiu unir o Rio de Janeiro - partido entre a zona norte e a zona sul - expressando aspectos dos cariocas, com suas alegrias, tristezas, angústias e anseios, imprimindo um olhar atento ao que havia de mais popular - a simplicidade e o humor carioca.
Os personagens da família Ponte Preta idealizados por ele - englobando Tia Zulmira, primo Altamirando e Rosamundo - são ricas criações de um autor que observava e assimilava o modo de viver popular. Em sua memória, um grupo de jornalistas e intelectuais fundou o semanário O Pasquim, em 1969.