A vitória do libertário Javier Milei, neste domingo (19), no segundo turno da eleição presidencial da Argentina tem grandes consequências para a economia do país, que enfrenta dificuldades, incluindo o destino do peso.
Como um outsider político que se apresentou com a promessa de "romper o status quo", a plataforma econômica de Milei se baseava no desejo de dolarizar a economia argentina. A dolarização significa que o país renunciaria ao peso argentino e utilizaria o dólar americano como moeda.
Caso isso aconteça, a política lançaria a nação em território desconhecido: nenhum país do tamanho da Argentina entregou previamente as rédeas de sua própria política monetária aos que tomam as decisões em Washington.
Equador e El Salvador também dolarizaram suas economias para combater a inflação.
A Argentina tem uma das mais altas taxas de inflação do mundo. Dados publicados na semana passada mostraram que os preços aumentaram 142% ano após ano. A proposta de Milei de mudar a moeda argentina do peso ao dólar americano baseia-se no argumento de que o dólar é mais forte que o peso e, ao contrário do peso, não se pode imprimir à vontade.
Sua visão atraiu a atenção internacional e uma série de advertências de críticos, que se referem à medida como uma camisa de força, dizendo que com a dolarização o país perde autonomia para influenciar a economia por meio de medidas de política monetária como mudanças nas taxas de juros.
Sergio Massa, o atual ministro da Economia do país e oponente de Milei no segundo turno, havia criticado o plano de dolarização como uma rendição da soberania nacional.
Os defensores do plano, incluindo analistas do Instituto Cato, um grupo de especialistas econômicos libertários com sede em Washington, acreditam que a medida é uma estratégia prática para controlar o que foi um problema que durou décadas.
CNN Brasil