A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que existem cerca de 70 milhões de pessoas com autismo no mundo. Por aqui, não há estatísticas oficiais do Ministério da Saúde, mas se estima que 2 milhões de brasileiros tenham algum transtorno do espectro autista.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), nome científico do autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social e pela presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos.
Em geral, o autismo se instala nos três primeiros anos de vida, quando os neurônios que coordenam a comunicação e os relacionamentos sociais deixam de formar as conexões necessárias. De acordo com a Autism Society of America, o autismo é quatro vezes mais frequente em meninos do que em meninas.
O diagnóstico é essencialmente clínico: baseia-se nos sinais e sintomas e leva em conta o comprometimento, o histórico do paciente e os critérios estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS).
Pessoas no espectro podem apresentar diferentes níveis de necessidade de suporte, que popularmente são conhecidos como os "graus de autismo" leve, moderado e severo.
O que significa que, enquanto alguns têm facilidade de realizar qualquer atividade pessoal e da vida diária, outros precisam de apoio para algumas atividades, como:
Três diferentes síndromes estão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Todas elas são marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico e possuem características fundamentais:
Desvios qualitativos na comunicação: quando há dificuldade de utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isso inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal.
Desvios na interação social: que é o ponto crucial no autismo e o mais fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade de se relacionar com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas.
Desvios no uso da imaginação: se caracteriza por rigidez e inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento da criança. Isso pode ser exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos.
Essas características podem se manifestar em conjunto ou isoladamente.
Apesar de não podermos curar o autismo, é possível intervir com terapias para a pessoa ter melhor qualidade de vida, como aprimorar a comunicação, a concentração e diminuir os movimentos repetitivos que podem competir com a aprendizagem.
Geralmente, uma equipe multidisciplinar acompanha a pessoa autista para que ela mantenha o constante ritmo de evolução. Terapeutas Ocupacionais, Especialistas em ABA e profissionais da fonoaudiologia fazem parte de diversas etapas do desenvolvimento, e costumam acompanhar pessoas autistas e suas famílias para promover bem-estar.
Além disso, existem as práticas baseadas em evidências, que são intervenções cientificamente comprovadas que auxiliam nesta jornada.
Compreender o autismo vai além do conhecimento superficial e por isso é importante entender sobre essas curiosidades sobre autismo e outros mitos e informações disponíveis por aí.
Ao divulgarmos dados baseados em evidências, respeitando a diversidade e promovendo a inclusão, podemos construir uma sociedade muito mais diversa, inclusiva e empática.
Fonte: Tatiane Cristina Ferri - Biomédica Responsável pelo Laboratório Labac / Campo Verde-MT