Uma região que já foi conhecida pelo efervescente comércio hoje lida com abandono. Além da queda de público, os comerciantes do entorno da rua Campo Grande, no Centro Histórico da Capital, ainda convivem com esgoto escorrendo e lixo espalhado pela via.
Um vídeo registrado nesta semana mostra várias poças de um líquido esverdeado, sacolas e outros itens descartados acumulados no meio-fio da Praça Doutor Alberto Novis, que também faz divisa com a rua 7 de Setembro.
Sob a condição de não se identificar, comerciantes que atuam na região disseram que nos últimos dois anos têm visto uma piora na região. Segundo eles, o descaso tem feito muitos lojistas mudarem seus pontos do Centro.
Situação inviável
"Dos últimos dois anos para cá, ficou esse caos", disse o proprietário de uma loja que funciona no mesmo ponto há 30 anos. "[Essa] Sujeira, abandono, cano de esgoto que estoura toda hora, uma chuva e estraga o asfalto".
"Esse esgoto foi de uma reforma que não terminaram tem um mês e meio. A questão do lixo é sempre um caos, porque a Prefeitura disponibiliza todos os dias 400 marmitas aos moradores de rua e o ápice da sujeira é às 12h".
"No final do dia eles sujam de novo. Passam aqui, reviram o lixo, espalham tudo pela rua, pela praça. Está difícil. Os garis passam, mas não é suficiente para a quantidade de lixo que é produzida", completou.
Outra comerciante relatou que cogita mudar sua loja para outro ponto depois de 16 anos no mesmo local. Segundo ela, além da insalubridade, ainda sente temor pela criminalidade.
"A gente tem um grupo, direto o pessoal está em cima, cobrando [a Prefeitura], mas não dá resultado nenhum. Estou pensando seriamente em sair daqui, porque é muito complicada a situação. Isso é patrimônio histórico. Eu fico indignada", disse.
"Faz um bom tempinho que esse esgoto está estourado ali, sem contar o lixo espalhado. Esse final de semana, por exemplo, a gente chegou, tinha marmita, saco plástico, tudo espalhado pela rua. É difícil para nós, porque tem muitos clientes que não querem mais vir aqui por conta disso".
"As escolas particulares, estaduais trazem as crianças aqui, e elas veem o quê? Ponto de prostituição, ponto de drogas. A Prefeitura deveria estar cuidando disso. Não acredito que vai melhorar, porque desse tempo todo que estou aqui, nada mudou".
A reportagem entrou em contato com a concessionária Águas Cuiabá sobre a suposta obra que não teria sido finalizada, mas até o momento não houve retorno.
Fonte: MídiaNews