Pai da empresária Raquel Maziero Cattani Xavier, que foi assassinada nesta sexta-feira (19) em Nova Mutum, o deputado Gilberto Moacir Cattani, de 50 anos, começou na política em 2018, usando à época, as redes sociais para compartilhar opiniões sobre temas polêmicos.
Casado e pai de três filhos, Cattani é conservador, armamentista e defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em março de 2022, Cattani apresentou o projeto de lei (347/2022) que autorizava o porte de arma de fogo para mulheres com medida protetiva. Cattani defendeu que a intenção era dar condições de defesa para a mulher, diante do risco de serem mortas por companheiros e ex-companheiros. O texto está apto para votação em plenário desde novembro de 2023. Cattani é também produtor de leite e tem residência no assentamento Pontal do Marape, onde sua filha também morava e foi assassinada. Conforme as primeiras informações, foi ele quem encontrou o corpo da filha. Direitista ferrenho O deputado é discípulo do filósofo Olavo de Carvalho e fiel seguidor de Bolsonaro. Ele disputou sua primeira eleição para deputado estadual em 2018 e teve 11.629 votos. À época, ele ficou na primeira suplência. Com a morte do deputado Silvio Favero, em 2021, ele assumiu uma das 24 cadeiras da Assembleia Legislativa. Entre suas bandeiras está a defesa dos produtores rurais, dos assentados da reforma agrária e pautas conservadoras como Deus, pátria, família e liberdade. Cattani foi reeleito em outubro de 2022, com quatro vezes mais votos do que em sua primeira disputa. Ao todo, foram 44.705 votos. Em 2020 ele lançou o livro "A Socialização da Reforma Agrária e a Distribuição da Miséria". Na obra ele compara o modelo antigo de reforma agrária com o sistema implantado após a redemocratização. Polêmico Entre as polêmicas de maior destaque do deputado, está a fala em que ele compara mulheres grávidas a vacas prenhas, para defender argumento contra o aborto. Ele é autor de um projeto de lei que dificulta o acesso ao aborto legal, obrigando agentes de saúde a informar sobre o procedimento mesmo em casos autorizados pela lei. Hoje no Brasil, o aborto é permitido em casos de estupro, anencefalia e risco à vida da mãe. Em sua fala, Cattani julgou o termo feto, usado pela ciência e também por ativistas feministas. Confira fala: "Quando minha vaca entra no cio, está no período fértil e o touro a cobra, então ela está prenha. Isso é natural. Agora eu pergunto para qualquer pessoa: o que tem na barriga da minha vaca? Se você pedir para essas feministas ou essas pessoas que defendem o assassinato de bebês no ventre da sua mãe, eles vão dizer que lá tem um feto, não é um bezerro. Assim como eles falam da mulher, que dentro da barriga da mulher, até a sexta semana, é um tipo de coisa, depois um amontoado de célula e assim por diante, que não é uma criança. Eles usam a palavra feto para desmerecer", afirmou. | |
Fonte: MídiaNews