Grupos extremistas seguem ativos, diz Andrei
Andrei Rodrigues afirmou, na entrevista coletiva, que a conduta de Francisco Wanderley Luiz aponta que os grupos extremistas responsáveis por atos similares em anos anteriores seguem ativos.
"Quero fazer um registro da gravidade dessa situação que nós enfrentamos ontem. Que apontam que esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Não só a Polícia Federal, mas todo o sistema da Justiça Federal. Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações", disse.
A Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) devem assumir as investigações – a cargo, inicialmente, da Polícia Civil do Distrito Federal.
"Determinei a instauração do inquérito policial e o encaminhamento para a Suprema Corte em razão das hipóteses iniciais de atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito. E também, de atos terroristas. Estamos tratando o caso sob essas duas vertentes", informou Andrei.
Planejamento de longo prazo e fabricação 'artesanal'
As primeiras informações da investigação indicam, segundo Andrei Rodrigues, que houve um "planejamento de longo prazo" de Francisco Wanderley.
"Essa pessoa já esteve em outras oportunidades em Brasília. Inclusive, segundo relatos de familiares, estava aqui em Brasília no começo do ano de 2023. Ainda é cedo dizer se houve participação direta nos atos de 8 de janeiro, isso a investigação vai mostrar", disse.
O homem, morador de Santa Catarina, estava já há alguns meses em uma casa alugada em Ceilândia, no Distrito Federal.
Andrei Rodrigues afirmou que a PF está analisando os materiais encontrados durante a investigação e, sem dar detalhes, disse que foi encontrada uma "caixa" durante a apuração.
Segundo o diretor da PF, as bombas eram de fabricação artesanal, mas de "alto grau de lesividade".
Andrei afirmou que Francisco Vanderlei portava um extintor carregado com gasolina, simulando um lança-chamas. "Reitera a gravidade da situação que encontramos", afirmou.
No porta-malas do veículo de Francisco Vanderlei, havia vários fogos de artifício montados sobre uma estrutura de tijolos com o objetivo de "canalizar" a explosão para uma única direção.
Também foi localizado um trailer que teria sido alugado há alguns meses e estava estacionado nas proximidades do STF, o que, na avaliação dos investigadores, aponta que a ação foi planejada em médio ou longo prazo.