A culpa do atraso nas obras do Bus Rapid Transit (BRT) na região metropolitana de Cuiabá, segundo o Consórcio Construtor BRT Cuiabá, é das mudanças constantes no traçado e disputas políticas.
As empresas integrantes (Nova Engevix Engenharia e Projetos S.A. e Heleno & Fonseca Construtécnica S.A) afirmaram, em nota oficial à imprensa, que esses fatores impediram a conclusão das obras do BRT no prazo previsto em contrato.
Segundo o consórcio, o anteprojeto do BRT desenvolvido pelo governo estadual apresentava diversos problemas, como:
Além disso, complementam que o Estado não tomou providências para solucionar o erro e nem permitiu que a empresa buscasse alternativas, pois não definiu o tipo de veículo que será usado no BRT.
Outras adaptações, como tirar uma passarela metálica de pedestres na ponte do Rio Coxipó, não teve permissão do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e, com isso, foi necessário alterar a posição da ponte e a geometria do acesso.
Além disso, outro fator que impactou foi a mudança do local de controle do BRT. As empresas alegam que o governo decidiu mudar o local para região central da Capital, na Estação Porto, e essa mudança fez com que o consórcio tivesse que fazer uma nova adaptação.
Outra mudança foi nos locais onde os ônibus do BRT iriam carregar energia, no CPA, Coxipó e Várzea Grande, o que atrasou ainda mais a obra.
O projeto também não ter contemplou a "macrodrenagem da Prainha". Conforme as empresas, o governo não contratou o serviço, entretanto o BRT é elétrico e não pode andar em lugares com muita água, com isso teve pausa nas obras no local.
Além dos problemas técnicos, o consórcio destaca que as disputas políticas entre o governo estadual e a prefeitura de Cuiabá, que se estenderam por vários meses, impactaram negativamente o andamento das obras.
Dessa forma, o Consórcio explica que, em outubro de 2022, data prevista para o inicio das obras e 28 de janeiro de 2024, o projeto ficou impedido de executar 84,3% do que foi contratado.
Em janeiro de 2024 e 13 de outubro de 2024, data que era prevista para conclusão dos serviços, as empresas tiveram impedimento de executar 59,1% do que foi determinado.
O consórcio informou que o governo de Mato Grosso cumpre suas obrigações financeiras, contudo, os atrasos e as mudanças no projeto geraram um prejuízo financeiro, que está sendo custeado pelas empresas, o que compromete a continuidade das obras.
O consórcio se manifestou após o governador Mauro Mendes ter dito em uma entrevista à imprensa que estava insatisfeito com o atraso das obras e que iria notificar o consórcio.
Por meio de nota, o governo de Mato Grosso esclarece que as mudanças feitas no projeto foram discutidas com as empresas, além disso já notificou 50 vezes sobre assuntos relacionados as obras.
Veja a nota na íntegra:
Por fim, a Sinfra-MT informa que desde o início do contrato notificou o Consórcio BRT 50 vezes sobre assuntos relacionados às obras. A Sinfra-MT reafirma seu compromisso com a entrega de um sistema de transporte moderno, eficiente e seguro para a população de Cuiabá e Várzea Grande, com gestão responsável e transparente dos recursos, mantendo-se sempre aberta ao diálogo para superação dos desafios."
O BRT de Cuiabá é um projeto de grande importância para a mobilidade urbana da capital e de Várzea Grande.
A obra visa oferecer um transporte público mais eficiente e confortável para a população. No entanto, os atrasos e os problemas enfrentados durante a execução do projeto geram incertezas sobre a sua conclusão e sobre os impactos que isso terá para a população.
Fonte: Primeira Página