O engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Pisa Gazziero concorre ao Prêmio Personagem Soja Brasil – Safra 2022/23. "Gosto e me dedico muito à minha carreira. Costumo dizer que não vesti a camisa da Embrapa, mas a tatuei no meu peito", sintetiza.
Ainda na década de 1980, o pesquisador arriscou em sua tese de mestrado, dando destaque a um tema pouco comum à época: horários de aplicação de herbicidas. Nessa esfera, Gazziero conta que as plantas daninhas, também objeto de seus estudos, têm o poder de reduzir a produtividade da soja em até 70%, dependendo da situação, espécie e intensidade.
Segundo ele, a presença dessas pragas na lavoura também é responsável por aumentar o teor de umidade no momento da colheita do grão, atrasando os trabalhos.
O pesquisador da Embrapa Soja foi presidente de duas entidades representativas do setor: a Federação dos Engenheiros Agrônomos e a Sociedade Brasileira da Ciências das Plantas Daninhas, além de ter sido conselheiro do Crea por muitos anos. "São trabalhos que fazemos no sentido de congregar instituições, aumentar o nível de conhecimento dos participantes dessas cadeias todas", detalha.
Gazziero está prestes a completar 50 anos de profissão. Em suas memórias, estão grandes momentos que mudaram a agricultura brasileira para sempre, como o início do sistema de plantio direto no Brasil central e Cerrado, bem como a recomendação de limpeza de máquinas para que não se levasse plantas daninhas do Sul a áreas do Centro-Oeste.
"Gostaria de ter mais 50 anos pela frente porque é impressionante como o trabalho nessa área da pesquisa e na agricultura não para. É impressionante como avançamos rapidamente e como o Brasil tem evoluído de uma maneira fantástica", considera.
O pesquisador se diz muito orgulhoso de participar do Prêmio Personagem Soja Brasil, já que a própria Embrapa o indicou como participante. "Se eu tiver a sorte de ser reconhecido nacionalmente [pelo prêmio], com certeza vou fechar com chave de ouro a minha carreira", conta.