A polícia procura o pecuarista que aparece abraçado a uma onça-pintada adulta morta com um tiro na cabeça, em Poconé, a 104 km de Cuiabá, na região do Pantanal mato-grossense. Benedito Nédio Nunes Rondon teve a prisão preventiva decretada e é considerado foragido. A reportagem tenta localizar a defesa dele.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e pela Polícia Civil de Poconé. Nesta sexta-feira (1º), foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, sendo um na residência e outro na fazenda do investigado.
No vídeo que está circulando no aplicativo de mensagens WhatsApp, o suspeito aparece ao lado da onça morta, com uma pistola em cima do corpo do animal.
Durante a filmagem, o suspeito confessa o crime e dizendo que matou a onça no domingo, e ainda zomba sobre o corpo do animal silvestre, dizendo que ela "não valia nada" e que se fosse uma fêmea aproveitaria para ter relações sexuais com o animal.
Conforme a Polícia Civil, o suspeito teria outras armas de fogo, além de couro, patas e outros materiais decorrentes de caça ilegal de animais silvestres na casa e na fazenda dele.
No cumprimento dos mandados, o suspeito não foi localizado e nem a arma que aparece no vídeo.
Na propriedade do suspeito chamada Fazenda Capão Bonito I, a equipe da Polícia Militar localizou uma arma, tipo espingarda, que foi apreendida e encaminhada para a Delegacia de Poconé.
São dois vídeo em circulação. Além desse que mostra ele abraçado com a onça, outro mostra o animal morto na carroceria de uma caminhonete e uma pessoa dizendo ao fundo: "Não tem mamãe. Caiu na Lapada do Língua Preta e está no pau. É nós!"
O crime de caça, previsto no Art. 29 da lei 9.605/1998, na seção dos crimes contra a fauna, prevê pena de detenção de seis meses a um ano, e multa. O artigo diz o seguinte: Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.