Com a aprovação da Lei da Reforma Psiquiátrica, em 2001, houve uma redução programada de leitos psiquiátricos no Brasil. De acordo com a organização não governamental (ONG) Desinstitute, o número de pacientes internados em longa duração caiu de 50 mil, em 2002, para menos de 14 mil, em 2020. Evitar retrocessos ainda é um desafio para os defensores da luta antimanicomial, segundo a presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental, Ana Paula Guljor.
O fechamento de manicômios não é sinônimo de falta de atendimento aos pacientes e seus familiares. O cuidado em liberdade, mantendo o paciente integrado ao seu território de origem, seu círculo social, é o mais eficaz, garante Guljor.
Entre os mecanismos de apoio aos pacientes, além dos centros de Assistência Psicossocial (CAPs) que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), estão as Residências Terapêuticas, uma espécie de república - para no máximo seis pessoas - oferecida aos egressos dos hospitais psiquiátricos que ainda necessitam de algum suporte para retornar à vivência comunitária. A equipe do Caminhos da Reportagem foi conhecer a rotina de uma dessas casas.
"Existem mil outras formas de cuidar, de tratar a loucura, o sujeito em sofrimento psíquico", defende Erika Pontes e Silva, diretora do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira. Oficinas de arte e atividades em hortas comunitárias são exemplos de terapias adotadas nas antigas instituições psiquiátricas que foram remodeladas.
Brasília - 19.05.2023 - Instituto Nise da Silveira - arte no lugar das antigas enfermarias . Foto: TV Brasil - TV BrasilO programa mostra como locais de encarceramento e sofrimento no passado hoje são espaços dedicados à arte e ao tratamento com afeto e liberdade, como o Museu Bispo do Rosário e o Instituto Nise da Silveira, ambos no Rio de Janeiro.
Produção e reportagem: Clarice Basso
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