O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta segunda-feira (25) que se sente feliz com a reação de frigoríficos brasileiros em suspender o fornecimento de carne ao grupo Carrefour no Brasil.
A movimentação aconteceu após o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, afirmar, na última quarta-feira (20), que a rede deixaria de comprar carne do Mercosul. Ao anunciar a medida, o executivo citou "o risco de inundação do mercado francês com carne que não atende às suas exigências e normas".
A decisão aconteceu em meio aos protestos de agricultores franceses contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que foi assinado, mas ainda não saiu do papel.
Bompard não deixou clara a extensão da medida; posteriormente, a empresa informou que a restrição vale para lojas na França. A posição foi recebida com críticas pelo governo e por agricultores do bloco sul-americano.
"Não é pelo boicote econômico. O problema é a forma com que o CEO do Carrefour tratou, o primeiro parágrafo da carta, da manifestação dele, que fala com relação à qualidade sanitária das carnes brasileiras, que é inadmissível falar", afirmou o ministro em entrevista à Globonews.
Fávaro ressaltou que o Brasil tem um Código Florestal "dos mais exigentes do mundo" e que se trata de uma questão de soberania nacional.
A França compra carne do Brasil há quarenta anos, só agora que ele foi detectar isso? Então é um absurdo, ainda mais querer fazer barreira comercial (...) Eu estou feliz com a atitude dos nossos fornecedores, se para o povo francês, o Carrefour não serve para comprar carne brasileira, o Carrefour também não compre carne brasileira para colocar nas suas lojas aqui no Brasil".
Na sexta-feira (22), a JBS, Marfrig e Masterboi haviam suspendido a venda de carnes para o Carrefour.
Em nota divulgada nesta segunda (25), o Carrefour Brasil informou que "decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes" e que busca soluções para retomar o abastecimento do produto nas lojas.
Fonte: Portal G1