O Herpes é uma doença sexualmente transmissível, de alta prevalência, causada pelo vírus do herpes simples (HSV), que provoca lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais masculinos e femininos. Uma vez dentro de um organismo, dificilmente esse vírus será eliminado, passando por períodos de remissão (adormecimento do vírus, sem causar sintomas) e recidivas (manifestação da doença clinicamente). Além disso, como ele permanece dentro das raízes nervosas, o sistema imunológico não tem acesso a ele.
Existem dois tipos de HSV:
É importante lembrar que a infecção cruzada dos vírus herpes tipo 1 e 2 pode acontecer se houver contato oral-genital. Isto é, pode-se pegar herpes genital na boca ou herpes oral na região genital.
O período de incubação do vírus varia de 10 a 15 dias após a relação sexual com o/a portador/a do vírus, que pode ser transmitido mesmo na ausência das lesões cutâneas ou quando elas já estão cicatrizadas.
As lesões provocadas pelo vírus apresentam-se como pequenas vesículas que se distribuem em forma de buquê nos genitais masculinos e femininos. Às vezes, elas estão presentes dentro do meato uretral ou, por contiguidade, podem atingir a região anal e perianal, de onde se disseminam se o sistema imunológico estiver debilitado.
Na grande maioria das vezes as lesões do herpes genital costumam regredir espontaneamente, mesmo sem tratamento.
Tem como sintomas: ardor, prurido (coceira), formigamento e gânglios inflamados, estes sintomas normalmente antecedem as erupções de pele. As manchas vermelhas que aparecem alguns dias mais tarde evoluem para vesículas agrupadas em forma de buquê. Depois, essas pequenas bolhas cheias de líquido se rompem, criam uma crosta e cicatrizam, mas o vírus migra pela raiz nervosa até alojar-se num gânglio neural, onde permanece latente (adormecido) até a recidiva seguinte.
O diagnóstico é feito, na maioria das vezes, a partir do exame físico. Nesse caso, o médico responsável pelo seu atendimento poderá identificar as lesões apenas de olhá-las. No entanto, nem sempre elas estarão aparentes. Se isso ocorrer, testes laboratoriais (como o PCR) serão úteis para tirar qualquer dúvida sobre outras possíveis mazelas. Vale lembrar que os exames de rotina não costumam ajudar na investigação dessa enfermidade, mas podem auxiliar na identificação de alterações em seu sistema imunológico, assim como na busca por alternativas para evitar as recorrências da doença.
A melhor maneira de prevenir o herpes genital é através do uso de preservativo em todas as relações sexuais. Lembrando que apesar de as lesões regredirem espontaneamente nas pessoas com resposta imune satisfatória e as recidivas serem menos graves do que a primeira infecção, elas podem continuar transmitindo o vírus do herpes genital.
O Herpes genital na gravidez pode provocar aborto espontâneo, uma vez que existe a transmissão vertical do vírus, sendo uma doença congênita (que passa da mãe para o feto), extremamente grave e letal. Mesmo que a mulher não tenha lesões visíveis, deve informar aos profissionais de saúde que é portadora do vírus do herpes genital se pretende engravidar.
Fonte: Escrito por Tatiane Cristina Ferri - Biomédica Responsável pelo Laboratório Labac / Campo Verde-MT